“99% do PSDB está pacificado e menos de 1% não está”, diz Paulo Serra
Política

“99% do PSDB está pacificado e menos de 1% não está”, diz Paulo Serra

O PSDB, após perder o comando da Prefeitura de São Paulo, com o falecimento do então prefeito Bruno Covas, e do governo do Estado, após mais de 30 anos, o partido passa por um processo de reconstrução encabeçado, nacionalmente, pelo presidente e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e no Estado de São Paulo, pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra.

Para as eleições de 2024, a sigla, até o momento, não possui pré-candidato próprio para disputar a Prefeitura de São Paulo, pela primeira vez na história e poderá apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Já no ABC, também corre o risco de acumular perdas, pois os atuais prefeitos tucanos, Paulo Serra (Santo André), Orlando Morando (São Bernardo) e José Auricchio Júnior (São Caetano) chegam ao final de seus segundos mandatos, sem poder disputar a reeleição e, os nomes cotados para os seus possíveis sucessores, até agora, não necessariamente pertencem ao PSDB. 

A sigla também tem tentado pôr fim a uma disputa interna e reunificar os tucanos. Mas, a tarefa não será fácil. Inclusive no ABC, onde o PSDB tem enfrentado imbróglios entre os prefeitos de São Bernardo, Orlando Morando, e Santo André, Paulo Serra, ambos tucanos.

O comando do diretório municipal de São Paulo tem sido reivindicado por dois grupos rivais. Leite nomeou uma comissão provisória para gerir o diretório da Capital. O presidente será o ex-secretário municipal Orlando Faria. Porém, a nomeação de Faria é considerada ilegal pelo prefeito de São Bernardo.

Morando alega que Leite já teve seu mandato anulado e que por isso não poderia nomear comissão provisória. O prefeito protocolou representação judicial para que seja reafirmado o papel de Leite de apenas poder convocar novas eleições para a Executiva nacional.

Ao Estadão, Morando se referiu como “forma coronelista e golpista” pela qual Leite quer “se impor em São Paulo”. Já o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), integrante da Executiva nacional e próximo a Leite, rebateu: “É muito difícil respondermos para o tipo de pessoa cuja visão de mundo se limita a um espelho”. 

À Folha, Serra afirmou: “Quando 99% do partido está pacificado e menos de 1% não está, não tem uma disputa no partido. São atos isolados que pouco a pouco vão ser absorvidos pela imensa maioria que quer o partido unido”.

O prefeito classificou como “natural” o partido ter “algum ponto fora da curva”. Porém, disse que não dá para aceitar “ataque, palavra de baixo calão, mas mesmo assim a gente responde com educação”.

Sobre a judicialização revelou que ela gera “pouco efeito prático na vida partidária” e que não acredita que “a judicialização é um caminho para um partido que queira se reconstruir. Não afeta nada, pelo contrário. Estamos trabalhando dentro de um planejamento do partido que está coeso, unido e forte para o ano que vem”.

Serra ainda completou: “Juízes não gostam nem de se envolver. Tanto que a decisão da juíza é para fazer uma convenção que já estava marcada. Não teve nenhum efeito prático. Não acredito que a judicialização seja um caminho para um partido que queira se reconstruir”.