A história da eletrônica em Las Vegas (I)
Opiniao

A história da eletrônica em Las Vegas (I)

14/12/13

Estou quase de malas prontas para mais uma cobertura da maior feira de eletrônica de entretenimento do mundo: o Consumer Electronics Show (CES 2014), que se realiza na primeira semana de janeiro, em Las Vegas. Cubro esse evento desde janeiro de 1970 – quando ele tinha dimensões menores do que hoje e nos mostrava um mundo essencialmente analógico.
Será, portanto, a 45ª vez consecutiva que visitarei essa megaexposição – que tem sido para mim uma escola de tecnologia e uma oportunidade especial para conhecer as grandes tendências de televisores, câmeras digitais, smartphones, computação móvel, casa digital, cinema digital, a explosão da computação em nuvem, carros conectados e mil outras inovações.
O melhor do CES, talvez, não sejam os novos produtos, mas o congresso, que debate as grandes tendências em mesas-redondas, painéis e supersessions, com especialistas de renome. Ao longo de mais de quatro décadas, pude ouvir líderes setoriais e celebridades, como Akio Morita, ex-presidente da Sony; Bill Gates, da Microsoft; Steve Jobs, da Apple; John Chambers, da Cisco; Craig Barrett e Paul Otellini, da Intel; Larry Page, do Google; James Cameron, o diretor de Avatar e Titanic; bem como visionários como Alvin Toffler, Nicholas Negroponte ou Don Tapscott.
Confesso meu espanto ao olhar para o passado e recapitular apenas algumas das inovações revolucionárias que mudaram radicalmente o mundo em que vivemos nos últimos 45 anos. Como era diferente o jornalismo quando comecei a trabalhar no Estadão, em 1967. Nunca supus que 45 anos pudessem fazer tanta diferença na história da humanidade. Não apenas na economia, na política internacional ou no jornalismo, mas, em especial, na tecnologia.

O mundo que mudou
Os amigos mais velhos talvez se recordem do que era o Brasil e o mundo de 1970, quando o Brasil ganhou pela terceira vez a Copa do Mundo, realizada no México. Pois bem, naquele ano, a humanidade não dispunha de computadores pessoais, nem de CDs, de TV digital, de DVDs, de Blu-rays, de celulares, de internet, de tomografia computadorizada ou de imagens de vídeo de alta definição. Tudo isso intriga os garotos e jovens de hoje, que nos perguntam, admirados: “Como era viver num mundo sem computador, celular e internet?
Como será o CES-2014? Será maior do que todos os seus precedentes. Durante uma semana do CES 2010, cerca de 150 mil pessoas visitarão seus 3.000 estandes (450 dos quais de empresas chinesas), numa área total de 160 mil metros quadrados.
E um recorde antecipado: nesta próxima versão, o CES recebe a visita de quase 5.000 jornalistas de todo o mundo.
(Continua)

Ethevaldo Siqueira é jornalista especializado em telecomunicações e professor universitário, e-mail esiqueira@telequest.com.br