A honestidade de uma nação
Opiniao

A honestidade de uma nação

O Primeiro Ministro da Dinamarca dizia que não é raro encontrar um dinamarquês com uma faca na mão, desde que na outra haja um garfo. A brincadeira ilustra uma sensação de segurança e humor dessa Monarquia que faz fronteira coma Alemanha e Suécia. Com 6 milhões de habitantes é o país mais feliz do mundo, segundo a ONU.
Essa alegria toda está vinculada a vários fatores, mas um deles não é avaliada pelos analistas: A honestidade. Na Dinamarca, se você é proprietário de um estabelecimento, não há necessidade de gastar com funcionários. Se um cliente entrarem sua loja e você não estiver, ele pega o produto e deixa o dinheiro sobre um balcão. Em bibliotecas, para alugar um livro, tampouco há necessidade de funcionários. Na rua, uma carteira no chão, sempre volta para sua mão. Caso você esqueça seu celular em algum lugar, fique tranquilo, pois vai voltar.
Corrupção, por vezes, é algo herdado do resultado de pouca educação que a família poderia ter se empenhado mais em passar para futuras gerações. Na Dinamarca corrupção não é comum e eles ganham o suficiente para viverem com dignidade. Não há cobrador de ônibus, entregador de jornal, funcionário em mercado, frentistas, coletor de lixos… esses empregos inexistem por lá, o que resulta em menores gastos, tanto da iniciativa privada quanto do governo.
Um taxista pode ganhar a mesma coisa que o Primeiro Ministro. E o filho de ambos podem estudar na mesma escola, já que instituições públicas realmente funcionam por lá. Você gostaria que o filho de um pedreiro estudasse na mesma escola que seu filho, considerando que você fosse um deputado federal? Pois é, no Brasil a origem do preconceito está no sangue do povo. Na Escandinávia, tal pedreiro ganha equivalente a 18 mil reais e um Deputado, 23 mil – boa distribuição de renda gera menos conflito social e, consequentemente, menos violência – física ou verbal.
Na Dinamarca deixe a porta de sua casa aberta, não tranque o carro e permita que seu filho de 4 anos vá a escola a pé e nada vai acontecer… claro que seu filho pode se perder, mas o dinamarquês tem certeza que alguém o ajudaria. Aqui no Brasil, temos medo que alguém pegue a criança; e se não a venderem, as autoridades podem te multar por abandono de incapaz.
Geralmente quando o país é desenvolvido, as taxas são altas, e na Dinamarca você paga 40% do que recebe em impostos. Saia de férias com sua família por uma autoestrada e fique tranquilo, pois seu pneu não vai furar ao passar num buraco, você vai rodar o país inteiro e sua calota vai continuar no mesmo lugar. Você terá crédito para trocar de casa própria, e até terá benefícios em bancos públicos. Retorno! Não é um vocabulário onipresente na cultura do brasileiro quando o assunto é imposto.
A honestidade de políticos faz a diferença quando se trata de desenvolvimento de uma nação. Lá não se gasta dinheiro demais, não se esbanja, não se tem jatinhos, não se tem apartamentos funcionais, não se tem carro doado pelo governo. Pelo contrário, os políticos pagam passagem de transporte assim como o resto da população.  Aí a gente pensa: Bem que o Brasil poderia ser a Dinamarca, mas lá, onde existe a melhor Distribuição de Renda do Globo, o político é controlado pela sociedade, é educado e não ostenta.

“Honestidade, em alguns lugares, deveria ser comum. E não um diferencial.” Autor desconhecido.