A Pandemia e a Educação
Opiniao

A Pandemia e a Educação

Com a suspensão das aulas, veio à baila a tecnologia para o ensino, como forma de reparação dos danos aos alunos.
Aulas à distância e plataformas digitais são mais palpáveis quando falamos em Ensino Superior, considerando que inúmeras faculdades e universidades já adotam estes métodos há alguns anos, notadamente nos últimos quatro.
Porém, na Educação Básica (ensino fundamental e médio), o problema é maior, porque as escolas não estão preparadas para aulas “online “e aplicativos; no entanto, estão rapidamente encontrando uma forma de introduzirem  e se adaptarem às novas tecnologias.
O professor e especialista em Gestão Pública, Renato Casagrande, afirma que “estamos no período frio do ano, outono, e brevemente, o inverno, e o vírus se fortalece em períodos mais frios. Tememos uma piora no cenário atual”.
Fora da escola, temos um problema sério: para medidas tecnológicas serem efetivas, todos os alunos precisam ter acesso à internet. Infelizmente, essa não é a realidade brasileira.
Pesquisas confirmam que mais de trinta por cento das residências não tem acesso à internet, em geral, as classes menos favorecidas.
A rede privada tem encontrado soluções que demandam recursos financeiros, mas na rede pública, é muito mais difícil; os alunos que aqui estudam, sentem mais os impactos do aproveitamento escolar.
Mas, e os professores?
Como estão sentindo essa experiência com o Ensino à Distância?
Matéria sobre o assunto publicada no “Estadão” recentemente sobre o Ensino Básico, afirma: oito em cada dez professores não se sentem preparados para o ensino “online”.
Pesquisa mostra o cenário da saúde mental dos professores; quase setenta por cento deles disseram-se ansiosos, e apenas três por cento, realizados.
A maioria relatou que  recebeu até o momento, muito pouco apoio emocional da escola em que trabalha.
Nas redes particulares, as equipes costumam se reunir “online” para discutir as abordagens pedagógicas durante a pandemia, mas raramente há grupos com psicólogos para que os professores possam expor o que sentem.
Na rede particular também, o WhatsApp é bem comum, e quase sessenta por cento dos professores disseram usar o aplicativo de mensagens para se comunicar com os alunos; a comunicação por meio de plataformas da escola é mais frequente.
Quase noventa por cento dos docentes da rede pública, sobretudo do Ensino Básico, informaram que nunca tiveram qualquer experiência com o Ensino à Distância, assim como, suporte ou treinamento para atuar de maneira não presencial.
Estudos internacionais e experiências em países que são considerados exemplos em educação, mostram que o professor é fator determinante para o ganho de aprendizagem do aluno, principalmente para os mais vulneráveis.
Em tempos de isolamento, a importância aumenta, uma vez que, o profissional é o único vínculo com a escola.
O pesquisador americano em Educação, Eric Hanushek conclui “que o investimento em capital humano e a qualidade de suas escolas no último século, foram um dos principais fatores para o crescimento econômico dos Estados Unidos”.
Que assim seja nesse nosso imenso Brasil!