A patologia do salto alto
Opiniao

A patologia do salto alto

O jornalista especializado, Pedro Nunes, da Scientific American Brasil, comenta muito bem que 85% da população mundial sofre de dores na coluna, com dores de cabeça, tensão muscular, fruto também de problemas posturais no ambiente de trabalho, quando se permanece muito tempo na mesma posição. A prática de alongamentos de 2 a 3 por vezes semana, associada a algum tipo de exercício físico, são capazes de reduzir esses problemas.
Uma ameaça sorrateira, de combate aparentemente difícil, é o uso de sapatos de salto alto, peças indispensáveis no guarda-roupa feminino. O uso do salto alto faz com que uma mulher distribua maior peso e exerça maior pressão nos dedos dos pés, o pode levar ao encurtamento nos músculos da panturrilha (batata da perna), provocar tendinite, fraqueza muscular, ruptura de ligamentos, entorse (virada de pé), esporões de calcâneos e tornozelos.
Sem falar em aumento de lordose lombar, dores nos joelhos, calosidades, joanetes e unhas encravadas, caso o sapato tenha bico fino.
Com o uso continuado dos saltos altos, outros problemas também podem manifestar-se, como deformidades no quadril, com efeitos no equilíbrio e mudanças na marcha de caminhada, levando a quedas.
Na avaliação dos fisioterapeutas Vidigal Gasparini e Mauro Pedroni Junior, “o salto alto mais recomendado para as mulheres que não conseguem viver fora das alturas são os sapatos de salto meia pata, pois ele proporciona um conforto maior para os pé”. O salto mais indicado, avaliam, “é o Anabela, pois a distribuição de peso nos pés se dá de forma mais adequada”.

Nelson Zanotti é professor emérito da Fundação Santo André, Sítio de Tangarás.