A pizza Napolitana – patrimônio mundial
Luiz José M. Salata Opiniao

A pizza Napolitana – patrimônio mundial

   Para ainda comemorar os 150 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos e, ainda as demais caravanas que aqui chegavam e se instalavam nos diversos rincões, a curiosidade é a de conhecer os detalhes da vida dos novos habitantes.
   Vale dizer dos costumes, religião, especialidade da força do trabalho, vida familiar, e mais de como praticavam a gastronomia. Na maioria dos casos, os imigrantes dos primeiros tempos eram sobretudo compostos de camponeses, de pouca instrução, provenientes do nordeste da Itália, especialmente do Vêneto, a região mais afetada pela grave crise imposta naquela época, em seguida também de regiões do sul como a Campânia e a Calábria.
   Todos tinham uma dieta baseada no consumo de alimentos de origem vegetal, com pão e complementos como leguminosas, feijão, hortaliças e outras diversas. Os peixes e produtos marítimos eram consumidos por aqueles residentes nas áreas litorâneas. Mas no caso, destacam-se as massas secas típicas com grão duro, como spaghetti, preparadas apenas com queijos ralados ou com diversos molhos de tomate, na maioria de consumo popular nas cidades do sul, como Nápoles, a tão festejada capital da Campânia.
   Mas, existem outras modalidades e receitas, dentre outras a polenta, lendária e sempre consumida nas reuniões familiares e festivas dos italianos. Entretanto, a pizza napolitana foi lançada no Brasil, na década de 1950, por Francisco Tarallo e a esposa Speranza,vindos de Nápoles, fundaram a Cantina e Pizzaria Speranza, no ano de 1958, no bairro Bela Vista, o famoso Bixiga. Assim, introduziram o estilo napolitano de preparação da redonda, assada em forno à lenha e em temperatura muito alta, com massa de longa duração na fermentação e modo natural, formando bordas ao assar, abertas nas mãos. Além do mais, também trouxeram o tortano, um pão de linguiça napolitano.
   Mas, a principal motivação da existência da pizza no Brasil, dentre outras variedades de receitas típicas, foi a da pizza Margherita, inspirada em homenagem à data de 20 de novembro, do aniversário da rainha Margherita Maria Teresa Giovanna di Saboia, esposa do rei Umberto I, que estavam em Nápoles de viagem dos interesses do reinado.
   O pizzaiolo Rafaelle Sposito indicado para recebê-los, inovou com a introdução de manjericão e tomate na receita, assim formando as cores da bandeira da Itália, muito apreciada pelos reis e pela população.
Portanto, foi uma contribuição inegável dessa familia Tarallo, e por assim dizer da colônia italiana à gastronomia brasileira, com a difusão dessa nova modalidade de receita da tão saborosa pizza napolitana, E viva a pizza e a culinária italiana.