A sucessão em Santo André
Editorial

A sucessão em Santo André

   Em Santo André, o prefeito Paulo Serra (PSDB) se direciona ao final do segundo mandato, que irá se encerrar no dia 1º de janeiro de 2025 com a posse do novo prefeito que administrará a cidade pelos próximos quatro anos.
   Serra começou sua carreira profissional co-mo estagiário do Departamento de Planejamento Econômico e Financeiro da Prefeitura de Santo André. Entrou para a política em 2004, quando foi eleito o vereador mais jovem da cidade. Cumpriu dois mandatos na Câmara Municipal. Assumiu o cargo de secretário de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura de Santo André em 2013.
   Foi eleito prefeito em 2016, com 276.575 votos, o que corresponde a 78,21% dos votos válidos para a disputa, contra 77.069 votos do então prefeito Carlos Grana (PT), com 21,79%. Iniciou a sua gestão com um choque de gestão, com a redução de gastos públicos, revisão de contratos e a implementação de um novo modelo de gestão. Assim, segundo o prefeito, foi possível reduzir a dívida municipal, que caiu de R$ 325 milhões para R$ 75 milhões ao longo do primeiro mandato.
   Em 2020, foi reeleito com 263.381 votos válidos (76,85%). Na ocasião, o candidato derrotou Professora Bete Siraque (PT), que ficou em segundo lugar com 7,38% (25.242 votos). Assim, Serra quebrou um ciclo que vinha se repetindo na cidade, pois os dois últimos prefeitos, Aidan Ravin (PTB) e Carlos Grana (PT) não conseguiram se reeleger.
   Em 2022, o prefeito lançou a esposa e primeira-dama, Ana Carolina Barreto Serra, na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa. Na primeira eleição a um cargo público, Ana Carolina recebeu 198.698 votos válidos, sendo a deputada mais votada do ABC e a 10ª mais bem votada do Estado. Serra também foi o único prefeito tucano do ABC a apoiar oficialmente a candidatura de Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, nas prévias presidenciais do PSDB, contra o então governador de São Paulo, João Doria. No início de 2023, quando Eduardo Leite assumiu a presidência nacional do PSDB, Serra ficou à frente do comando da sigla no Estado de São Paulo e se tornou tesoureiro nacional do PSDB. Em junho de 2023, Serra assumiu a presidência da federação PSDB-Cidadania em São Paulo.
   Nestas eleições, Serra não poderá concorrer à reeleição, pois já está no segundo mandato consecutivo. Então, lançou para a disputa o então secretário de Saúde, Gilvan Júnior, atual Ações Governamentais, de 31 anos, para a sua sucessão e, assim, dar continuidade à sua gestão.
   Até o momento, a corrida eleitoral para prefeito de Santo André, também conta com outros pré-candidatos: Bete Siraque (PT), professora da rede municipal de Santo André, eleita duas vezes vereadora de Santo André em 2012 e 2016; Coronel Edson Sardano (Novo), coronel da reserva da Polícia Militar de SP, eleito três vezes vereador de Santo André: 2021, 2016 e 2020; Eduardo Leite (PSB), líder da bancada do PSB na Câmara, advogado e ex-diretor-executivo da OAB de Santo André, está no terceiro mandato na Câmara, eleito vereador pelo PT nos anos de 2012, 2016 e 2020 e o atual vice-prefeito Luiz Zacarias (PL).
   Historicamente na cidade, desde 1972, quando o então prefeito Newton Brandão (Arena) elegeu o seu sucessor, Antonio Pezzolo (Arena), nenhum outro prefeito de Santo André obteve êxito em eleger seu sucessor.
Portanto, Santo André está há 52 anos sem que um prefeito consiga eleger seu sucessor. Se Serra conseguir o feito, irá quebrar mais um paradigma na cidade e ainda eleger um dos prefeitos mais jovens da história. Vale lembrar que Serra foi o primeiro prefeito, após Celso Daniel (PT), a ser reeleito na cidade, também rompeu com um ciclo de mais de 10 anos de administrações petistas no município.