Divulgado anualmente pelo Instituto Votorantim, o Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM) mede o grau de exposição dos municípios à pandemia da Covid-19. De acordo com o estudo, que leva em conta municípios com mais de 500 mil habitantes, Santo André e São Bernardo se tornaram mais vulneráveis e suscetíveis com relação aos impactos da pandemia. O Índice atribui uma nota (de 0 a 100), considerando seis indicadores: população vulnerável, economia, estrutura do sistema de saúde, organização do sistema de saúde, capacidade fiscal da administração pública e capacidade municipal de resposta à crise da Covid-19. Quanto maior o valor, mais vulnerável a cidade está. Nos dois municípios do ABC, comparando dados de 2020 e 2022, houve alta da vulnerabilidade. Em Santo André, o IVM em 2020 foi de 43,44 e, em 2022, 51,05. Em São Bernardo, o IVM em 2020 foi de 30,06 e, em 2022, aumentou para 38,84. Em relação à População Vulnerável, em Santo André foi de 53,14 em 2020, e subiu para 69,61 em 2022. Em São Bernardo, era 33,69 em 2020 e 51,56 em 2022.
Neste quesito, leva-se em conta proporção de população idosa, proporção da população inscrita no Cadastro Único, internações por doenças sensíveis ao Covid-19 por mil habitantes, densidade demográfica e taxa de urbanização.
De acordo com a análise do gerente-geral do Instituto Votorantim, Rafael Gioielli, população idosa e em situação de pobreza elevam a incidência de óbitos decorrentes da pandemia. No grupo acima dos 60 anos, o aumento de 1 ponto percentual no número de habitantes gera crescimento em 3,5 o número de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes e o crescimento de 1 ponto percentual da população inscrita no Cadastro Único provoca elevação de 0,37 no número de mortes por 100 mil habitantes. Em Santo André, em dois anos, a Proporção da população inscrita no Cadastro Único aumentou de 18,41% para 21,70%. Em São Bernardo, o número saltou de 16,56% para 19,73%. Em relação à Economia, o índice relaciona o PIB per capita, a população ocupada e a média salarial com o maior grau de exposição e, por isso, os associa ao maior risco de contágio e óbito. Em Santo André e em São Bernardo, em dois anos, houve queda na Proporção da população ocupada (%) e no Salário médio mensal dos trabalhadores formais. No quesito Saúde, um dado merece destaque é a Proporção da popu-lação coberta pela Atenção Básica. Em Santo André, em 2020, era 38,49% da população. Este ano, saltou para 50,97%. Em São Bernardo, era 60,62% em 2020 e passou para 71,96% em 2022.
Eficiência no Enfrentamento – Outro indicador que compõe o eixo é o Índice de Eficiência no Enfrentamento à Pandemia (IEEP), que calcula a divergência do número oficial de óbitos e a média esperada de acordo com as condições de vulnerabilidade dos municípios. O IEEP de São Bernardo em 2022 foi 0,677 e Santo André foi 0,643, os números colocam as cidades no ranking das 20 mais eficazes no combate à pandemia.
