Na sessão de 24 de novembro, a Academia Paulista de Letras se reuniu para homenagear João Carlos Martins, o notável maestro que, dias antes, conseguira novamente empolgar mi-lhares de pessoas que estiveram no Carnegie Hall, em Nova Iorque, para magnífico concerto em celebração à sua glória. O Maestro João Carlos Martins é um exemplo de superação e de doação à nobilíssima causa de salvar o mundo através da arte. Apresentou-se no Carnegie Hall sessenta anos depois do primeiro concerto, em que também foi ovacionado de pé, por longos minutos. Vítima de inúmeras vicissitudes, naturais e provocadas pela maldade humana, submeteu-se a muitas cirurgias, a tratamentos experimentais e nunca deixou de atuar na música, primeiro como o maior intérprete de Bach e depois, na condição de Maestro. Louve-se o papel de incentivador de talentos, de condutor de jovens aos quais abriu oportunidades nacionais e internacionais e, com seu acompanhamento e tutoria, mudou vidas individuais e familiares. O seu trabalho de responsável pela Bachiana do SESI levou a música erudita a todos os lugares, atuou na reinserção do encarcerado, estimulou os dons de crianças e jovens que nunca teriam contato com essa maravilhosa mágica da música, não fora a sua generosa, altruísta e profundamente humana disponibilidade e coragem. Todos os seus confrades e confreiras da Academia Paulista de Letras Reverenciaram João Carlos Martins, orgulhosos de podê-lo chamar “irmão”. (Por José Renato Nalini)
