Ah! Mulheres “Maravilha”!
Opiniao

Ah! Mulheres “Maravilha”!

09/03/13

Acordei cedinho hoje, dia 8 de março, pois eu resolvi que iria limpar “pra valer”, duas geladeiras e um freezer, além de outros serviços diários que faço, desde que eu me tornei também “dona de casa” há uns 3 anos.  Ufa! como leva tempo limpar geladeiras! Levei 3 horas e meia só neste trabalho, cansei e fiquei feliz ao ver que ninguém as limpara, há muito, como eu o fiz. Levo a sério ser dona de casa. Comecei a gostar,  enquanto trabalho,  de uma rádio FM,  que toca músicas cantadas americanas,  que  entendo  sem precisar traduzir. Daí, o radialista disse: “hoje, 8 de março, dia internacional da mulher”… Eu dei um pulo de alegria, pois eu estava me elogiando demais pela limpeza enorme que eu conseguira fazer na minha cozinha e confesso, em 45 anos de casada, foi minha primeira experiência com limpeza de geladeiras, pois minha faxineira se incumbia disto. “Dia Internacional da Mulher”, e eu comecei a pensar no valor inquestionável da mulher brasileira que trabalha em casas de famílias, na cozinha, na limpeza geral, nas roupas, e como “babá”de crianças. Quando saem à tardinha, imagino que exaustas, como eu estou hoje, ainda vão trabalhar em seus próprios lares até tarde da noite! São mulheres heróicas, cujo serviço pesado fica meio invisível, pois que todos os dias, muita louça, muito chão pra limpar,  roupas pra lavar, comidas a fazer, crianças a tomar conta e amanhã, começam tudo de novo. Ah! “mulheres maravilha”, meio fadas, mágicas, que estão hoje quase extintas no Brasil, pela falta de reconhecimento justo ao seu imenso valor. Serviços repetitivos e pesados, e que não deixam transparecer, para uma grande quantidades de patrões, o” suor” com  que foram feitos. Há patrões (as) que reconhecem o valor dessas mulheres, mas há também quem não controla a língua ao falar mal de suas empregadas domésticas, mesmo que indevidamente. Estas são pessoas difíceis, incontentáveis, que vêm de encarnações do Brasil/escravo e não conseguiram ainda pensar em suas empregadas, como as santas funcionárias dos seus lares, como gente de especial valor. Enfim, pelo seu dia, abraço hoje, com carinho e gratidão, as três “fadas do lar” de minha vida: Laurides (Anita) de Jesus, Glorinha dos Santos Silva e Sueli Preto, que muito me ajudaram em minha jornada, juntamente com todas as Empregadas Domésticas do Brasil. Com filhos casados e netos grandes, o serviço no lar está sendo uma eficiente academia de exercícios  para meu corpo e para minha alma. Ainda tenho tempo para ler muito, ajudar meu marido em seu trabalho de consultoria em empresas e fazer meu trabalho voluntário a quem de mim precise, por e-mails, telefone ou pessoalmente. Ah! Nós mulheres! Até!

Glorita Caldas é professora e consultora da LAC Consultoria, e-mail: glocaldas@uol.com.br