Alckmin quer estreitar relações comerciais com a Arábia Saudita
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Alckmin quer estreitar relações comerciais com a Arábia Saudita

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) recebeu, na segunda (31) de julho, o Fórum de Investimentos Brasil – Arábia Saudita, com a presença de autoridades governamentais e do setor privado das duas nações. As relações diplomáticas entre Brasil e Arábia Saudita completam 55 anos em 2023 e o objetivo do evento foi promover novos investimentos e explorar potenciais parceiras.

O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, afirmou que os países podem contribuir em diversas áreas, destacando o potencial do Brasil para oferecer segurança alimentar. “E não somente para a nossa região, mas para todo o mundo”, ressaltou.

Se de um lado o Brasil é considerado celeiro do planeta, do outro, a Arábia Saudita está entre os maiores fornecedores de fertilizantes. “Ambos os países podem contribuir também para a segurança energética mundial, pois possuem grande produção de hidrocarbonetos e gigantesco potencial na área de energia renovável. O hidrogênio verde se torna cada vez mais uma opção energética para o mundo”, afirmou Josué.

A necessidade de atrair capital estrangeiro para o desenvolvimento da indústria de transformação foi outro ponto destacado por ele, que defendeu a instalação de empresas brasileiras em território saudita, onde o presidente da Fiesp entende haver “inúmeras oportunidades”.

Os investidores sauditas poderão encontrar no Brasil condições favoráveis: com PIB crescente, desemprego em queda, moeda se valorizando e um país com disposição para realizar as reformas estruturantes. “A Reforma Tributária será um estímulo para a indústria brasileira, fundamental para a redução do Custo Brasil e desoneração dos investimentos”, observou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

A transição energética e a economia verde também foram temas abordadas pelo vice-presidente. “Precisamos de desenvolvimento aliado à sustentabilidade. O Brasil tem compromisso com combate às mudanças climáticas, com a preservação da maior floresta tropical do mundo, e ao fazer essa transição [energética] veremos surgir diversas oportunidades de investimento e parcerias”, disse Alckmin.

Já o ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid A. Al-Falih, chamou a atenção para a produção energética dos dois países. Disse que estão bem posicionados para ser parceiros estratégicos e líderes das respectivas regiões. Durante a visita ao Brasil, a delegação saudita assinou 26 memorandos de entendimento em setores estratégicos com parceiros brasileiros.

Al-Falih enalteceu o crescimento do PIB saudita e os investimentos realizados, que levaram a Arábia Saudita a ser uma das economias que mais cresce no G-20. “Neste momento, as empresas brasileiras têm a chance de capitalizar as imensas oportunidades que estamos criando em nosso país. Se tivermos setores privados fortes, poderemos nos tornar um dos cinco principais investidores na economia um do outro”, projetou Al-Falih.

O embaixador da Arábia Saudita no Brasil, Faisal Ghulam, destacou que o país é o segundo maior importador do Brasil. “A Arábia Saudita é o segundo maior importador de produtos brasileiros no mundo árabe e, considerando esse grupo de países, o maior exportador para o Brasil, com volume comercial superior a US$ 8 bilhões em 2022”, afirmou.

O governador do Estado, Tarcísio de Freitas, também esteve presente no evento. Na ocasião, mencionou as reformas realizadas nos últimos anos, que contribuíram para a melhoria do ambiente de negócios no Brasil, destacando a importância da Reforma Tributária, recentemente aprovada na Câmara. “[Ela] tornará nosso sistema mais simples, menos oneroso e ajudará muito aqueles que desejam fazer investimentos no Brasil, vai proporcionar o crescimento sustentável nos próximos anos”, enfatizou.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, mencionou, em seu discurso o potencial do município, lembrando que, desde 2021, mais de 43 mil empresas transferiram seus negócios para a capital paulista. “Única cidade brasileira no ranking das megacidades do futuro do grupo Financial Times, São Paulo tem se destacado de modo especial em tecnologia e inovação”, afirmou.