A Amazon fechou um acordo em dinheiro para comprar a operadora de saúde norte-americana One Medical por US$ 3,9 bilhões, enquanto a gigante do comércio eletrônico avança em sua investida no setor médico.
A empresa com sede em Seattle pagará aos acionistas da One Medical US$ 18 por ação, um prêmio de mais de 75 por cento sobre seu preço de fechamento na quarta-feira. O preço das ações da empresa de São Francisco fechou em alta de 69% na quinta-feira.
A aquisição é a mais recente tentativa da Amazon de se tornar um player líder no setor de saúde , de uma farmácia online à prestação de serviços de telessaúde. A One Medical oferece um modelo baseado em assinatura onde os usuários podem pagar uma taxa mensal para ter acesso aos médicos.
“Acreditamos que a saúde está no topo da lista de experiências que precisam de reinvenção”, disse Neil Lindsay, vice-presidente sênior da Amazon Health Services, em comunicado.
“Adoramos inventar para facilitar o que deveria ser fácil e queremos ser uma das empresas que ajudam a melhorar drasticamente a experiência de saúde nos próximos anos”, acrescentou.
A One Medical abriu seu capital no início de 2020 e o preço de suas ações disparou durante a pandemia de coronavírus, mas tem lutado para manter o ritmo, com as ações agora sendo negociadas abaixo do preço inicial da oferta pública. Ela conta com o fundo de hedge Tiger Global e o grupo de private equity Carlyle entre seus maiores acionistas.
O acordo, que inclui dívida, provavelmente se tornará um teste para os reguladores antitruste dos EUA no governo Biden, que criticam abertamente o poder monopolista da Big Tech.
Lina Khan, presidente da Federal Trade Commission, e Jonathan Kanter, chefe de antitruste do Departamento de Justiça dos EUA, disseram que é importante conter o poder exercido no mercado por grandes empresas de tecnologia como Amazon e Google.
A Amazon tentou forçar Khan a se retirar de qualquer caso relacionado ao varejista online, argumentando que ela “já havia decidido” sobre a posição dominante da empresa no mercado. A Amazon captura cerca de 40% do setor de varejo online, de acordo com a eMarketer, embora outras pesquisas indiquem que o número pode ser maior.
A Amazon lançou uma farmácia online em 2020, fornecendo medicamentos prescritos a preços com desconto. Dois anos antes, adquiriu a PillPack, uma farmácia de venda por correio que embala e entrega comprimidos pelo correio, por cerca de US$ 1 bilhão. Na época da aquisição da PillPack, os estoques das farmácias de capital aberto caíram significativamente como resultado da entrada da Amazon no mercado.
A empresa também está aproveitando seus serviços de nuvem e IA da Amazon Web Services nessa área para a saúde, para que os dados possam ser usados para identificar tendências e fazer previsões sobre doenças e tratamentos.
A Amazon enfrenta a concorrência de sua rival de Big Tech, Alphabet, que adquiriu a empresa de rastreamento de fitness Fitbit no ano passado, e da empresa de IA DeepMind, com sede em Londres, em 2014, cuja equipe de saúde agora está sob o Google Health.
