Ao mestre com carinho!
Opiniao

Ao mestre com carinho!

À você, querido Mestre, que caminha propondo a paz, sabedoria, compreensão, estímulo, e que enriquece com sua presença, rendo minhas homenagens e cumprimentos, pela passagem do Dia do Professor.
Sua proximidade com o aluno, a sala de aula, o dia-a-dia da comunidade acadêmica, marcará saudade em futuro breve com o avanço inconteste do mundo virtual. Chegou a Era do Ensino Globalizado, a revolução nas tecnologias de comunicação, a internacionalização do ensino.
Como disse o escritor Thomas Friedman em seu livro “ O Mundo é Plano”: – todos nós estamos nos transformando em vizinhos.
A  Geração Internet já chegou. E ditará os novos padrões de consumo deste século.
Os contatos entre professores e alunos talvez se realizem apenas por videoconferência.
Deverão restar algumas poucas escolas no mundo real dedicadas à pesquisa e ao desenvolvimento de novos “ packages” educacionais.
Com o avanço dos cursos virtuais, o aluno não precisará estar presente à sala de aula para aprender; os processos seletivos e vestibulares desaparecerão; as escolas não precisarão de imóveis para operar; os professores trabalharão em tempo parcial, pois tirarão as dúvidas com os alunos respondendo-as via e-mail, ou via celulares.
Será a educação conectada vinte e quatro horas on line, sem fio, e onde você estiver. Prevê-se que ainda na metade deste século não haverá mais diferenças entre computadores e seres humanos; as palavras serão reduzidas a “bits”, armazenadas, manipuladas; teremos TV para ler e livros para olhar; a Internet sofrerá modificações profundas à medida que tecnologias óticas permitirem a transmissão de trilhões de “bits” por segundo na rede de fibra ótica.
A certeza que temos é que estamos vivendo uma nova Era, em que a máquina será a grande realidade, e os sonhos se transformarão na mais incrível verdade.
Mas prefiro neste dia relembrar um pouco do meu saudoso passado. Sou do tempo em que os garotos se levantavam de suas carteiras em sinal de respeito à entrada do professor em sala de aula.
Pertenço à geração que puxão de orelha da professora do primário, ficar de castigo olhando para a parede na sala da diretora, era tão comum quanto fazer lição na secretaria da escola após o término das aulas (por não tê-la feito em casa). E a mãe da gente esperando lá fora. Era bronca na certa… e mais puxão de orelha.
Calça curta, camisa branca, meia branca, sapato Vulcabrás ou Roberflex, e brilhantina ou gumex no cabelo curto com a risca bem feita, era a tônica do momento. As meninas, sainha, meia 3/4, cabelinho curto com a travessa ou fivela segurando os cabelos.
Nada de carro ou motorista particular que nos levasse à escola. Longe disso.
Íamos de bonde, a pé, ou ônibus. Idade? Não mais do que doze anos. Quanta saudade! Como foram bons aqueles tempos!
Meu pai também foi Professor. Dedicado às Letras, ao ensino do Grego e Latim, e eterno estudioso da Língua Portuguesa, o ví muitas e muitas vezes em seu escritório corrigindo provas ou preparando aulas.
Dedicou sua vida toda, única e exclusivamente ao Magistério. Dirigiu e lecionou em escolas particulares e oficiais.
Exerceu sua profissão com obstinação e a vocação que Deus lhe deu. Cumpriu aqui sua missão, e sei que partiu feliz. Em sua memória e alma, e em seu nome, transmito meus afetuosos cumprimentos a todos os Mestres deste imenso Brasil com muito carinho!