Apenas 5% das micro e pequenas indústrias têm capital de giro
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Apenas 5% das micro e pequenas indústrias têm capital de giro

A dificuldade de manter a empresa com o próprio capital e a ausência de crédito no mercado foram diagnósticos levantados na 51ª edição do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, pesquisa encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) ao Instituto Datafolha.

Questionados sobre o capital de giro da própria indústria no mês de maio, apenas 5% dos empresários entrevistados afirmaram que o caixa que dispunham era mais do que suficiente para manter o negócio. 34% alegaram ter exatamente a quantia que precisam e 62% informaram que o capital que era insuficiente ou muito pouco, o que traz dificuldade a vida útil da empresa.

Na busca por crédito, apenas 7% das indústrias conseguiram obter empréstimos como pessoas jurídicas. 14% recorreram ao cheque especial e 4% ao empréstimo pessoal no banco. Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, a situação é alarmante: “Sem o crédito, a empresa não anda. Ela não consegue se manter com o próprio capital e faltam linhas de crédito para pessoa jurídica no mercado, ao mesmo tempo em que os juros do cheque especial e do empréstimo pessoal são impagáveis. E gerir com a falta de dinheiro em caixa pode causar calotes de despesas, atraso no pagamento de benefícios trabalhistas, demissões e até o fechamento do negócio”.

BNDES identificou necessidade de crédito- O novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, confirmou o cenário levantado pela pesquisa e a necessidade de amparo econômico. Durante seu discurso de posse, Rabello afirmou que a micro e pequena empresa serão foco de ações do BNDES. “O BNDES não pode simplesmente apagar a luz e deixar o mercado privado se resolver”. Entre as futuras medidas está a expansão do Cartão BNDES como um cartão de crédito, exclusivamente à micro e pequena.

A Pesquisa– O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.

A íntegra das 51 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (www.simpi.org.br).