Artes Plásticas em São Bernardo
Conversas de Memória

Artes Plásticas em São Bernardo

Da perspectiva antropológica, o ser humano se diferencia dos animais por sua capacidade de produzir cultura. Dentre as várias dimensões do fazer cultural, estão as expressões artísticas: música, teatro, dança, literatura, escultura, pintura etc..

Já na pré-história o ser humano encontrou nas pinturas uma forma de representar e registrar fatos importantes da vida, como atestam as pinturas rupestres.

Mas, desde os primeiros registros, a arte não é concebida só como representação, mas como reinvenção, como projeção da vida, de sentimentos, sensações, emoções etc.. Ou, nas palavras de Ferreira Gullar, a partir de uma fala de Fernando Pessoa: “A arte existe porque a vida não basta”.

Dada a importância dessa dimensão humana, que repercute em todas as outras relações e ações no âmbito individual e social, o Centro de Memória, da Secretaria de Cultura e Juventude, da Prefeitura de São Bernardo, promoveu na última quarta-feira, dia 24 de abril, mais um encontro de Conversas de Memória, tendo por tema: Artes Plásticas em São Bernardo.

Entre os presentes, alguns expoentes das artes plásticas da cidade, tanto artistas, como gestores (João Delijaicov, Luiz Gonzaga, Henrique Hammler, Nanete Azevedo, Ana Medici, Tércio Nelli, entre outros), que destacaram momentos importantes para a compreensão da trajetória dessa linguagem artística na história de São Bernardo.

Uma das lembranças marcantes foi a ASBA – Associação São-Bernardense de Belas Artes; uma iniciativa de um grupo de apaixonados pelas artes, que antecedeu mesmo as ações do poder público na área.

Foi de Armando Marotti, que frequentava cursos na Academia Paulista de Belas Artes, a ideia de criar algo semelhante em São Bernardo, nascendo daí a ASBA, em fins dos anos de 1950, tendo efetivamente seu início em um “salão de arte” realizado na casa de Rolando Coppini.

Por longo tempo a ASBA atuou na formação e difusão das artes plásticas na cidade, contando com importante apoio da Prefeitura. Muitos cursos foram ministrados por professores vindos da Associação Paulista de Belas Artes.

Em 1975, o poder público municipal criou a Pinacoteca, porém só efetivamente instalada cinco anos depois.

Já na época do governo do Prefeito Tito Costa, a atuação da Prefeitura na área foi intensificada e ampliada com a instituição das Casas de Arte em vários bairros da cidade, destacando-se as unidades localizadas no Centro e na Chácara Silvestre.

As Casas de Arte atuavam essencialmente na formação artística, promovendo cursos para a população. Estão na origem das oficinas culturais e cursos implantados em anos posteriores.

A partir daí as ações e programações foram se diversificando, com exposições mensais no Teatro Cacilda Becker; exposições anuais por ocasião das festividades de aniversário da cidade, contado com artistas de renome nacional, que doavam obras para compor o acervo atual da Pinacoteca; mostra de artistas da cidade, denominada “Nossa Gente”; etc..

Mesmo atuando diretamente, ainda por muitos anos a Prefeitura manteve parceria e apoio às ações da ASBA.

Com a instalação efetiva da Pinacoteca, em espaços vários até chegar à sede atual, as artes plásticas da cidade ganharam um ponto referencial para sua presença na cidade.

Obviamente não foi um processo linear e, por vezes, provocou atritos e desencontros. A presença dos artistas, dos fazedores e defensores das artes plásticas foi e continua sendo fundamental para que as artes plásticas sejam uma manifestação de grande importância para o povo de São Bernardo.

Nas palavras de um artista presente: as artes plásticas buscam sempre algo que promova o próximo através da arte… Jorge Magyar

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