As memórias do corpo
Opiniao

As memórias do corpo

O corpo é a morada da alma e com esta ele se comunica frequentemente. Através de suas respostas às exigências que são feitas, ele, o corpo, reage de diversas formas tentando ser o máximo possível subserviente à vontade da mente. Se a mente estiver tranqüila, o corpo estará equilibrado, do contrário, experimentaremos toda uma gama de emoções e desequilíbrios ao longo do dia. Mas como manter uma mente tranqüila com tantas exigências para cumprir e tantos problemas para resolver. Em primeiro lugar é importante notar que a maioria dos problemas que temos em mente são criados por nós mesmos e estes problemas formam memórias no corpo, provocando reações que são coerentes com os pensamentos. Estas memórias deixarão marcas no corpo e muitas delas ficarão a nível subconsciente. Experimente fazer alguns minutos de meditação todos os dias e você confirmará esta constatação! Este é um dos motivos da meditação ser utilizada, inclusive em hospitais, para diversos tratamentos. Esta prática desenvolve a percepção mais refinada de si mesmo e e das leis que regem a natureza e o universo. São leis muito simples, mas se não forem compreendidas e aceitas, nos trarão muitos desequilíbrios. Voltando às memórias do corpo, dissemos que o corpo reage aos estímulos da mente consciente e subconsciente ( principalmente desta), portanto, as crenças e os medos serão dois fatores de análise mais apurada. As crenças, porque elas são registradas na mente pela familia e pelo ambiente social, desde o nascimento e até antes desta fase. O medo, porque este é consequência das crenças que temos. O medo gera tensão, que provoca contrações como forma inconsciente de defesa para preservação da espécie. De certa forma o medo é comum e necessário, desde que ele exista apenas para preservar. Por outro lado, ficar completamente sem medo, ou, acreditar que não temos medo, é perigoso porque nos expõe a situações de risco não calculado. A maioria das drogas e bebidas alcólicas agem de forma a dar a falsa impressão de que não temos medos e portanto, diminuem a capacidade do cérebro de preservar a integridade. De qualquer maneira, o corpo regista de forma espetacular todas as experiências que temos, principalmente as de conteúdo emocional. Por este motivo, conhecer a si mesmo, necessariamente passa pelo conhecimento do corpo, não apenas na teoria, mas principalmente não sensações, porque são elas as “guias” do nosso caminho na evolução da consciencia.

Prof. Almir de Carvalho é especialista em acupuntura pela Universidade de Beijing (China), pós graduado em yoga pela FMU