Auricchio: “Dos 15 anos que fui prefeito, esse foi o ano de maior atividade”
Política

Auricchio: “Dos 15 anos que fui prefeito, esse foi o ano de maior atividade”

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, durante café da manhã com a imprensa, nesta terça (19), revelou que este ano, o terceiro do seu quarto mandato no comando do Palácio da Cerâmica, foi “profícuo” para a cidade. “Foi um ano, talvez dos 15 anos que fui prefeito, foi o ano de maior atividade nossa do ponto de vista institucional. Dentro de um escopo que tínhamos de fazer nos quatro anos da gestão, dos três anos que nos restaram, cumprimos, no ano de 2023, a parte que era cabida a ele”, disse.

Auricchio contou que nas pesquisas internas de governo, em relação à avaliação da população, os números são muito positivos, mas que o trabalho continuará no mesmo ritmo em 2024. “Deixo a expectativa de um ano vindouro de muito trabalho. Vamos entregar muito, porque se esse ano foi profícuo, ele tem um desdobramento para o ano que vem. Vamos repetir esse ritmo, mesmo com o advento eleitoral que haverá”, avalia.

Ao comentar sobre qual será a marca da sua gestão, é enfático: “a Saúde”. Auricchio, como médico de formação, diz que a pasta é o carro-chefe do seu governo. “O que o morador mais aprecia e mais nos requisita é Saúde. E será daqui até 31 de dezembro de 2024, ainda, o principal farol que vamos seguir junto com a Educação,a Mobilidade, a Zeladoria Urbana, que a população nos avalia muito positivamente e que devemos continuar trabalhando”, afirma.

Para 2024, o prefeito garante que será “muito produtivo” e que irá fazer o “esforço máximo” para que ele tenha “muita condição de produção” apesar de ser ano de eleição municipal. “Obviamente que o processo eleitoral vai, progressivamente, acontecendo e vamos respeitar esse processo, mas o governo vai ser governo até 31 de dezembro de 2024”, enfatiza.

DIÁLOGO COM O GOVERNADOR

Na ocasião, Auricchio comentou que o governador Tarcísio de Freitas deu sequência ao legado que o PSDB tinha na região. “Ele deu continuidade aos grandes projetos como o Piscinão Jaboticabal, o BRT, na Saúde deu um apoio muito importante para a Prefeitura de São Bernardo, o maior valor despendido do Governo do Estado a uma Prefeitura, R$ 150 milhões. Isso tem um simbolismo muito grande por parte do governador, que obviamente cumpre o seu papel no ABC”, frisa. Porém, disse ser “cedo” para avaliar o governo de maneira completa. “Ainda é muito cedo para avaliarmos enquanto governo, de forma global. As respostas vêm nos períodos eleitorais. Vamos ver, agora, como vai ser”, afirmou.

SUCESSÃO

Sobre o nome escolhido para a sua sucessão, diz que é “muito cedo” para se discutir. “Não podemos cair nesta tentação, muito menos nessa condução do processo antecipadamente. Então, vamos tratar isso, de fato, lá para o final do primeiro semestre, quando teremos quase que o início das campanhas, que começa no segundo semestre. Temos seis partidos definidos, algumas situações ainda em análise, mas os seis partidos estão pré-definidos dessa maneira”, conta.

Até o momento, o prefeito possui apoio da Federação PSDB-Cidadania, PSD, PSB, PP, PL, Democracia Cristã para a sua sucessão.

Contudo, avalia que o xadrez eleitoral do Brasil poderá ser modificado, com reflexos em São Caetano, com a efetivação do processo de federação do União Brasil, PP e Republicanos, que segundo seu contato com o PP, está em ritmo avançado.  “Com três partidos importantes federados, isso trará uma reacomodação de forças. Está muito acelerado o processo de federação do União Brasil, PP e Republicanos. A notícia que tenho, do PP, que temos um contato maior, é de que isso realmente está muito próximo de acontecer. Assim, criaria uma terceira força partidária intra congresso, que obviamente tem um peso diferenciado do ponto de vista da condução do governo federal”, acredita.

CENÁRIO ELEITORAL

Na comparação do atual cenário eleitoral para a sucessão, em relação ao de 2012, quando a tentativa de emplacar a candidatura da secretária de Saúde, Regina Maura, acabou não sendo bem sucedida, Auricchio explica que a situação era diferente e que não houve sucesso na sucessão porque havia um mito.  “Em 2012 havia um cenário adverso do que tínhamos hoje. Havia uma figura quase que mitológica na cidade, que detinha qualquer outra candidatura que houvesse, por melhor que fosse, diferente deste momento que não temos nenhuma figura mitológica. Os mitos, normalmente, passam muito rapidamente. Vemos isso na política e não foi diferente aqui em São Caetano. Para essa sucessão não há nenhuma figura mitológica, embora possa ser até que o próprio mito do passado queira disputar a eleição novamente”, diz.

Na avaliação do prefeito, “governo bom é o maior cabo eleitoral que tem para a sucessão”. Auricchio ainda completa: “Como não temos mais mitos, será difícil alguém vender ilusão. Tem que vender propostas e propostas que estiverem atreladas a um bom governo, têm melhores condições de emplacar”, enfatiza.

PSDB

A sucessão de São Caetano deverá tangenciar o futuro do PSDB. Isso porque Auricchio é tucano, sua secretária de Saúde, Regina Maura, é presidente da sigla no município, além de ser um dos nomes cotados para a sua sucessão. Mas, a sigla vive um contraponto a boa fase anunciada do governo municipal, atravessando o momento mais difícil desde a fundação do partido, passando de 238 prefeitos, em 2020, para cerca de 40, em 2023.

Sobre o momento delicado que a sigla atravessa, Auricchio diz que tem esperança de que o partido ressurja. “Não acho que seja uma tarefa fácil, mas vejo que existem grandes atores envolvidos, o ex-governador Marconi Perillo, é um deles, mas vimos que quem teve um grande protagonismo do novo PSDB nacional foi o deputado Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais”, revelou.

Auricchio avalia que futuro da sigla estará atrelado ao Aécio. “O tipo de atuação do ex-governador Aécio, que vai dar o tom do PSDB federal. Para mim, isso ficou claro. Embora tenha uma divisão, que vemos a imprensa noticiar, entre forças. A força predominante é do deputado Aécio Neves”, conta.

Em relação a São Paulo, diz que a situação está “confusa”, tanto do diretório municipal, quanto do diretório estadual, com intervenção, com comissão provisória. “Enquanto não definir isso tudo, o processo democrático interno dos dois diretórios fica difícil darmos uma opinião. E, consequentemente, fica difícil falarmos de um prognóstico do que vai acontecer. Vai ter candidato próprio na Capital, não vai. Vai apoiar o prefeito atual, não vai. É uma situação crítica na Capital do principal Estado e no principal Estado que o PSDB sempre foi protagonista”, afirma.

No que diz respeito a São Caetano, avalia que a convenção já foi realizada. “Temos uma convenção feita. Quero crer que em qualquer hipótese essa convenção é soberana. Então, temos a retaguarda jurídica do processo local”, acredita.  

FUTURO

Questionado pela Folha sobre o seu futuro, após o término do atual mandato, em 1 de janeiro de 2025, Auricchio conta que não tem nenhum plano formado. “Sinceramente, não estou muito preocupado com isso não. Estou, de fato, almejando uma parada técnica, que não tive. Quando saí em 2012, não tive essa parada técnica. Pretendo tê-la, desta vez, aqui. Não tenho nenhuma perspectiva, nenhum projeto pessoal meu, a não ser colaborar, onde puder ser colaborativo, com certeza, no mandato do Thiago, vou ser colaborador”.

O prefeito também manifestou uma vontade de vivenciar experiências no mundo acadêmico. “Tem uma ligação acadêmica que vou tentar reaver, não sei como, nem em que ponto, mas tenho alguns convites da área acadêmica, que devo estar analisando mais para frente”, revela.

Questionado se poderá voltar a ser, novamente, prefeito de São Caetano, em 2028, disse: “minha contribuição está dada. Foram quatro mandatos muito bons. Cada um com uma característica própria. Então, acho que o meu grau de satisfação pessoal é imenso, é enorme. Fica meu sentimento de gratidão”.