Backpackers – Uma aventura de dois mochileiros
Opiniao

Backpackers – Uma aventura de dois mochileiros

Dois amigos com Destino à Portugal, saíram do Brasil e fizeram escala em Amsterdã, onde alugaram uma bike e pedalaram para conhecer melhor a cidade que fica abaixo do nível do mar, então, pararam para comer um spacecake – o famoso bolo de cannabis.Ao chegarem em Lisboa visitaram o Castelo de São Jorge, foram até a Praça do Comércio, andaram pela orla do Rio Tejo, pegaram um ferry-boat, atravessaram a Ponte 25 de Abril e foram visitar uma tia de um dos viajantes na cidade de Almada. Degustaram bons vinhos na Península de Setúbal.

De lá pegaram uma carona até Sevilha, Espanha. Ali estava tendo a Festa da Semana Santa, onde irmandades católicas desfilavam nas ruas. Conheceram umas garotas que tentaram lhes ensinar o flamenco, mas os dois jovens rapazes,no auge de seus 25 anos, eram avesso às danças. De trem foram até Madrid, e visitaram um dos mais célebres estádios de futebol do mundo, o Santiago Bernabéu, com capacidade para mais de 80.000 pessoas, de modo que se acomodaram num hostel no centro da cidade onde conheceram gente do mundo inteiro. Um dos rapazes se uniu a uma afro-norueguesa, era morena com cabelos cacheados. O outro jovem começou a namorar uma sul-africana de olhos mar mediterrâneo e franjas loiras, cujo liso cabelo nivelava à sua cintura de pilão. Foram tomar um café na Plaza Mayor naquela fria tarde de céu turquesa.

Despediram-se das moças, pegaram um avião e foram ter na Índia. Em Nova Déli, cidade mais populosa do globo visitaram o Templo de Akshardham – uma das construções mais imponentes que eles já viram – e o Templo de Lótus, a construção moderna mais bonita que tiveram conhecimento. Foram até uma agência para darem entrada no visto para o Mianmar – país com a maior quantidade de templos budista por metro quadrado do globo, e explicaram que o visto seria adquirido no próprio aeroporto da capital. Ao desembarcarem em Naypyidaw – capital de Mianmar, a polícia federal exigiu:

– Visto por favor.

– Como assim visto? Indagou um deles num inglês tão macarrônico quanto o do agente. –Nós não temos visto!

– Então desculpe, vocês não podem entrar.

– Mas nos disseram que era só chegar aqui no aeroporto e dar entrada no visto que estaria tudo certo. Disse o outro amigo.

– Vejam bem, continuou o oficial alfandegário, vocês terão que ir até a Tailândia e dar entrada lá, o procedimento é rápido e o visto sai na hora.

Os dois viajantes agradeceram ao agente e pegaram um trem a fim de atravessar a fronteira para o país vizinho, cuja capital é Bangcok. Lá, viveram uma boa experiência espiritual, adquiriram conhecimento cultural, estiveram em contato com diferentes costumes, e comeram num restaurante que não havia talheres.

Tão logo entraram em Mianmar, perceberam que havia um templo em cada esquina, as pessoas lá mascam um tipo de folha de tabaco com nozes, o que deixa os dentes sujos e os fazem cuspir a todo instante. O trânsito é caótico, as mãos nãos saem da buzina, os trajes são panos de tons pastel, os homens são carecas e magros, e todo mundo reza. As pessoas são simpáticas e adoram sair em fotos.

Eles tinham ao lado um simpático guia, cujo inglês era bem carregado no sotaque birmanês–língua mãe do Mianmar. O jovem budista usava um objeto brilhante na testa e tinha cabelos ralos, adorava contar histórias locais e os levou a templos, restaurantes, templos, igrejas, templos… E o sol queimava! Eram quase 40 graus todos os dias sem um sinal de vento. A frase mais falada era: ‘use filtro solar’ – uma ótima sugestão, aliás.

“Evite a impaciência. Você já viveu séculos incontáveis e está diante de milênios sem fim” – autor desconhecido