Baixas temperaturas aumentam em 25% os riscos de doenças cardíacas
Saúde

Baixas temperaturas aumentam em 25% os riscos de doenças cardíacas

As temperaturas mais amenas podem desencadear a diminuição da circulação sanguínea no músculo cardíaco, ocasionando angina cardíaca ou até mesmo um infarto agudo do miocárdio associado ou não à morte súbita. É o que alerta Roberto Cury, cardiologista do Delboni Medicina Diagnóstica.

Segundo o especialista, o organismo se ressente por conta do frio e, com isso, os riscos de problemas cardíacos também aumentam nessa época do ano. Segundo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), o inverno aumenta de 20% a 25% a incidência de doenças cardiovasculares. Os riscos crescem especialmente para pessoas que já apresentam alguma predisposição e para aquelas que sofrem de problemas do coração. Cury explica que isso ocorre porque as reações do organismo em baixas temperaturas (hipotermia) sobrecarregam o sistema cardiovascular, que precisa trabalhar mais no frio para manter o equilíbrio térmico. Essas reações incluem constrição (espasmos) dos vasos sanguíneos, respiração superficial pela boca e aumento da frequência cardíaca. “Com o frio, ocorre alteração no calibre dos vasos, principalmente das artérias, fazendo o sangue circular menos até o coração. Isso pode causar desde isquemia no coração (falta de circulação nas artérias coronárias) até angina (um tipo de dor no peito)”, diz o especialista.

O cardiologista alerta que, para os idosos, os perigos são ainda maiores. O frio pode agravar os sintomas da angina de peito, aumentar a tensão arterial e o risco de o idoso ter um acidente cardiovascular. Cury lembra que, no período do inverno, o organismo está mais suscetível às doenças virais, que podem promover uma demanda maior de esforço do organismo, causando desequilíbrio do músculo cardíaco, promovendo quadros de insuficiência cardíaca em que o principal sintoma é a falta de ar durante os esforços. “As pessoas devem cuidar dos hábitos alimentares no inverno, que se alteram nessa época, e devem praticar exercícios físicos mesmo com baixas temperaturas”, ressalta. Geralmente, as pessoas optam por alimentos mais pesados no inverno, ricos em gordura, e diminuem a frequência das atividades físicas. “Essa combinação pode ocasionar descontrole dos fatores de risco para doenças cardíacas”, finaliza.