Bares e restaurantes do ABC são a favor da retomada do horário de verão
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Bares e restaurantes do ABC são a favor da retomada do horário de verão

Criado em 1931, o horário de verão foi extinto pelo governo federal em 2019, com a justificativa de pouca efetividade na economia energética e estudos da área da saúde que alertavam sobre os impactos da mudança no relógio biológico das pessoas. Este ano, o assunto voltou em pauta na sexta (22), quando a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou carta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pedindo a volta do horário de verão no Brasil.

A Abrasel, que representa 1,5 milhão de empreendimentos no Brasil, defende que a medida movimenta a economia, estimulando o comércio e o turismo no período entre a tarde e a noite, uma vez que os turistas tendem a aproveitar melhor os destinos, estendendo suas atividades até mais tarde.

 “No momento em que o setor ainda se recupera dos prejuízos causados pela pandemia, a implementação da medida beneficiaria um setor que gera renda direta para mais de 7 milhões de brasileiros e tem cerca de 1,5 milhão de empreendimentos no país”, destaca a Abrasel na carta enviada ao ministro. A entidade também enviou um ofício sobre o mesmo assunto ao presidente Lula e aos ministros do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do Turismo, Celso Sabino.

Pelo ABC, os donos de bares e restaurantes também são a favor da retomada do horário de verão. Flavio Jaha, da Vitamina ABC, inaugurada em 1991 em Santo André, afirma achar importante a volta do horário de verão. “Além de gerar economia de energia, para nós, o dia ter mais horas com a luz solar é mais rentável. Somos favor, sim!”, afirma Flavio Jaha.

Rafael Venzol, proprietário do “O Quintal” e “Tutto Pizza”, ambos em São Bernardo, acha a retomada excelente. “Na minha opinião, não deveria ter acabado. O movimento costumava a começar mais cedo.  Com uma hora a mais de luz solar, as pessoas se sentem mais estimuladas para aproveitar o dia e o período pós expediente”, revela Rafael.

Cesar Ferreira, dono do Bar e Restaurante Canoa Quebrada, em Ribeirão Pires, acredita que a retomada é favorável pela maior circulação de pessoas, mas na questão de economia de energia elétrica, não é significativa. “Para os bares é muito favorável porque ocorre o happy hour estendido e há maior circulação de pessoas. Com isso, aumenta o movimento nos estabelecimentos e também impacta em toda uma cadeia ao redor, onde estão os bares e o comércio em geral. Mas na questão de economia de energia elétrica não é significativa porque os refrigeradores acabam ficando ligados por mais tempo”, afirma Cesar.

O Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC (Sehal), também é a favor da volta do horário de verão. “Para a atividade de bares e restaurantes realmente é bom o horário de verão. Antes de anoitecer e com o dia ainda claro, os clientes chegam mais cedo e prolongam a estada nos locais, principalmente em bares que contam com espaços abertos ou parklets (área que se tornou extensão do atendimento em parte da via pública)”, afirma Beto Moreira, presidente do Sehal.

Na última quarta (27), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que não há sinais de que será necessário adotar o horário de verão em 2023.

“O Horário de Verão só acontecerá se houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor elétrico brasileiro. Por enquanto não há sinais nenhum nesse sentido. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos”, explicou. Segundo o ministro, o governo avalia, em algumas regiões específicas, a necessidade de acionamento de usinas térmicas.

 Foto: Torraz Silva – Ag. Brasil

 

Por Nicole Floret – 30/09/23