Belo, porém, despercebido
Opiniao

Belo, porém, despercebido

Nosso idioma nasceu há aproximadamente oitocentos anos na Península Ibérica, filho do latim. A Língua Portuguesa foi criada lá, porém, a  Brasileira, falamos há mais de cinco séculos.
No nosso dia-a-dia há dúvidas de como se escreve ou como se fala, e há os que preferem o “tanto faz”. Todos nós, sempre tivemos dúvidas ao redigir uma carta, um texto, uma mensagem, ou o mais simples recado. Até os mais estudiosos de nossa língua afirmam que nunca a aprenderam corretamente.
A pontuação, por exemplo, em que momento devemos colocá-la em uma redação (hífen, vírgula, acento grave, acento agudo, travessão, dois pontos). Nos deparamos diariamente com frases ou sentenças, escritas ou faladas, que acabamos nos acostumando com elas, estejam certas ou erradas (a nível de ou em nível de; esta ou essa; este ou esse; neste ou nesse; obrigado ou obrigada; namorar ou namorar com; felicidade ou felicidades; entrega a domicílio ou em domicílio).
O Professor de Português, Pasquale Cipro Neto, em seu livro “Rico e Belo”, coloca todas essas dúvidas, e afirma, que estudar ainda é a melhor forma de aprender. Às vezes, por falta de atenção, troca-se alguma palavra, e altera-se por completo o sentido da sentença. Exemplo:- “de encontro a” e “ao encontro de”. Concordância é outra questão que gera dúvidas. “Sou eu quem paga ou pago”? Eduardo Martins explica no livro “Com todas as letras”, que usamos mais a língua falada do que a escrita, e por isso podemos cair em algumas armadilhas. Espetáculo gratúito ou gratuíto; quite ou quites; há anos ou a anos; faltar ao respeito ou com o respeito; antes do sol nascer ou de o sol nascer; risco de vida ou risco de morte. Modismo linguistico ou vítimas da moda, são contagiosos em qualquer parte do mundo, sobretudo no nosso país onde apresentamos altos índices de analfabetismo funcional e tão baixos de leitura.
Certos modismos se fundam em erros grosseiros, ou são apenas tolos e se desgastam pela repetição; outros, vieram para ficar, e outros tantos, ainda virão. Diferente ou diferenciado; incluso ou incluído; por conta de ou por causa de; com certeza; estaremos resolvendo a questão ou resolveremos a questão; e agora, o mais novo modismo na boca do nosso povo: – gratidão. É “ gratidão “para se cumprimentar, para agradecer, para se desculpar, enfim, para tudo… e para nada também. No meu tempo de jovem, falávamos avião, agora, aeronave; barbeiro, hoje, cabeleireiro masculino; desconto de 10% na loja, atualmente, 10% off; funcionário da empresa, agora, colaborador; favela, hoje, comunidade; negro é afrodescendente; empregada doméstica é secretária; cozinheiro é chef (sem o “e” final). Há também as dúvidas numéricas:- década de 90 ou década de 1990; mega ou megas; duzentas mil pessoas ou duzentos mil pessoas; meio dia e meio ou meia; quilo ou kilo; sete mil: porque não sete mis.
Muitas outras dúvidas e tantos outros modismos que nos cercam ao falar e ao escrever, adoraremos oportunamente.