A deputada estadual Carla Morando (PSDB) lançou, nesta quarta (7), com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), no Palácio dos Bandeirantes, a Frente Parlamentar do Desenvolvimento Econômico, da Indústria e do Comércio do Estado de São Paulo e em Prol dos Setores Automotivo, Supermercadista, Têxtil e de Confecções e do Gás Natural.
Segundo Carla, a Frente terá um papel de destaque no parlamento. “O objetivo da Frente é dar voz e promover o estímulo, o crescimento e trabalhar incansavelmente para criar condições de competitividade para todos aqueles que escolheram o Estado de SP para se desenvolver”, disse.
DESAFIOS
A deputada avaliou que a Frente irá combater alguns problemas desses setores. “A Frente irá combater os gargalos existentes no país e no próprio Estado de São Paulo, como o excesso da carga tributária, a dificuldade na concessão de créditos, a taxa de juros, que é totalmente impraticável, a burocracia e discussão sobre a substituição tributária”, afirmou.
Os desafios do setor industrial na área de logística e infraestrutura também foram lembrados.“É preciso também boas condições das estradas estaduais e aprimorar a iniciativa de cobrança do pedágio ponto a ponto, aprimorar a logística para aprimorar a produção investir em outros modais de transportes como a melhoria e ação da malha ferroviária e a otimização do porto de Santos. Além disso, há a dificuldade no fornecimento de energia elétrica. Muitas vezes um supermercado ou indústria não consegue inaugurar o seu comércio, atrasando o início das suas atividades por não cumprimento dos prazos da concessionária”, criticou Carla.
Carlos Panzan, presidente da FETCESP (Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de São Paulo) corroborou o discurso da deputada. “Alguns dos principais entraves para a indústria são o custo do pedágio no Estado de São Paulo, que só perde para o pagamento da mão de obra e 40% do recolhimento do pedágio é proveniente do transporte de cargas”, frisou.
Para o presidente do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, é preciso que o setor industrial trabalhe em conjunto para superar os desafios. “Mais do que nunca precisamos voltar a ter uma indústria cada vez mais forte e, para realizar isso, precisamos de duas coisas: primeiro pensar em trabalhar em conjunto e para isso precisamos de um estadista como o governador”, avaliou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jorge Lima, ressaltou, em seu discurso, o desequilíbrio da produtividade do Estado, cuja Região Metropolitana é responsável por 51% do PIB estadual. “O governador nos deu a missão de olhar as 16 regiões administrativas do Estado como se fossem 16 Estados. Temos um desequilíbrio forte, hoje, temos um modelo de desenvolvimento onde 51% do PIB se concentra na Região Metropolitana, 19,8% em Campinas, 5,8% em São José dos Campos, 4,8% em Sorocaba, que congregam 81%, 82% e a Frente Parlamentar é importante neste apoio”, explicou.
Na avaliação do senador Marcos Pontes (PL) a geração de empregos na área industrial é resultado da transformação do conhecimento. “Temos que transformar conhecimento em nota fiscal e empregos. É isso que faz um país ir para frente e nós precisamos também ter um olhar muito especial para ajudar as pessoas que precisam pular um degrau para poder entrar com dignidade no mercado de trabalho”, disse.
INVESTIMENTOS
Já o governador Tarcísio de Freitas, revelou que recebeu, nessa semana, delegações com empresários e ministros da Alemanha, da França e da Coreia do Sul. “Percebemos que o pessoal está bastante interessado em investir em São Paulo”, afirmou. Segundo Tarcísio, desde o início do ano já foram celebrados R$ 140 bilhões em investimentos da iniciativa privada.
Apesar disso, o governador não nega que existem desafios. “Temos desafios sociais, mas só vamos conseguir cumprir a agenda social se promovermos o desenvolvimento econômico, porque eles são indissociáveis. Precisam caminhar juntos e vemos com muita alegria a criação dessa Frente Parlamentar, porque parlamento e executivo vão trabalhar juntos”, avaliou.
Tarcísio ainda disse que possui uma agenda em prol do desenvolvimento econômico do Estado e que ele se dará por meio do acionamento de algumas alavancas. “Não existe questão isolada, todos os problemas se conectam, se interceptam, e temos que promover o desenvolvimento econômico se quisermos fazer justiça social. E esse desenvolvimento econômico vai se dar pelo acionamento de algumas alavancas: temos que tratar oferta de energia, oferta de crédito, a questão tributária, o investimento de estrutura, da capacitação profissional e da digitalização”, destacou.
O secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado, com exclusividade à Folha, revelou que a Frente irá trazer benefícios para os empregos e projetos. “Esta Frente irá trazer para o Estado benefícios extraordinários: na geração de empregos, a na aceleração dos projetos, no seu poder de mobilização, seja junto ao Legislativo para que os bons projetos possam ser apresentados, possam ser aprovados com razoável urgência, junto ao Executivo, seja no plano municipal com as Prefeituras, no estadual com o Governo do Estado, junto ao Congresso Nacional. Entendo que essa Frente vai dar ao desenvolvimento do país a geração de empregos e um desenvolvimento realmente notável”, avaliou.
À Folha, Carla revelou quais serão as primeiras ações da Frente. “Teremos, primeiramente, pautas individualizadas com os setores, para entender o gargalo de cada um e depois fazer uma grande reunião, já tenho uma conversa com o secretário Jorge Lima, para termos reuniões mensais junto com a Frente Parlamentar e todos os setores envolvidos”, explicou.
Na ocasião, também estiveram presentes: o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), o deputado estadual Thiago Auricchio (PL), os secretários estaduais, da Casa Civil, Arthur Lima; de Segurança Pública, Guilherme Derrite, entre outros.
REFORMA TRIBUTÁRIA
A Reforma Tributária, ainda em tramitação no Congresso, também foi o tema uníssono no lançamento da Frente.
“Tenho certeza que o governador fará o que for preciso para que o Estado de São Paulo não fique como coadjuvante, nesta infeliz guerra tributária que há muito tempo enfrentamos”, avaliou Carla.
O governador enfatizou: “Queremos uma reforma que garanta o federalismo, que preserve o federalismo e que traga de fato a simplificação. Não adianta concentrar tudo no governo central, raciocinar com uma única autoridade arrecadadora, tirando este poder de Estados e municípios. Temos que ter uma reforma que, de fato, vai produzir os efeitos que queremos: simplificação, redução de carga, desoneração da indústria e crescimento econômico”.
Tarcísio ainda disse que não ficará parado enquanto a Reforma não for aprovada. “Temos o potencial de crescer com essa reforma, mas enquanto ela não sai. Não vamos ficar parados e vamos fazer nossa parte”, concluiu.
