Cidades com bom desempenho educacional terão mais recursos
Educação

Cidades com bom desempenho educacional terão mais recursos

 Os municípios do Estado que tiverem melhor desempenho na área educacional receberão uma parcela maior dos recursos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Na terça (8), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou o Projeto de Lei 424/2022 do Executivo, conhecido por “ICMS Educacional”, que altera os critérios de distribuição do ICMS de acordo com os resultados educacionais atingidos pelos municípios. Por ora, de acordo com a Constituição Federal, as cidades têm direito a 25% do valor arrecadado por meio do ICMS estadual. Dessa cota, 65% devem ser distribuídos entre as cidades a partir do Valor Adicionado Fiscal (VAF), que representa a apuração da participação de cada cidade na arrecadação estadual total.

Os outros 35% devem seguir regras próprias de cada Estado, sendo que no mínimo 10% precisam passar a considerar a qualidade da educação nas cidades. Com a aprovação do Projeto, 13% do ICMS serão divididos entre os municípios a partir do critério de desempenho educacional, apurado entre alunos dos primeiros anos do ensino fundamental (1º a 5 ano).

Para isso, será criado o Índice de Qualidade da Educação Municipal (IQEM), que será apurado anualmente pela Secretaria de Estado da Educação. Segundo o presidente da Alesp, Carlão Pignatari, o projeto tem a finalidade de melhorar a qualidade da educação. “Com essa aprovação, o Estado passará a adotar indicadores educacionais, como o IDEB, para o repasse de parte do ICMS aos municípios paulistas. É uma importante iniciativa, construída a partir do governo de São Paulo, com a colaboração dos deputados e deputadas e também da Undime (União dos Dirigentes Municipais da Educação)”, afirma o parlamentar.

Contrária – A proposta foi aprovada por aclamação. No entanto, alguns deputados ponderaram questões como a responsabilidade do Estado com a educação. Carlos Gianazzi (PSOL), afirma que o Estado tem condições de financiar o ensino fundamental. “Não pode jogar essa responsabilidade para os municípios, sendo que muitos deles têm dificuldades de arrecadação”, afirma Gianazzi. A deputada Márcia Lia (PT) foi contrária à votação do Projeto e declarou ser favorável ao substitutivo apresentado pelo deputado Maurici (PT), que restringe o conceito de qualidade na educação aos índices de proficiência, incorporando variáveis para avaliar a qualidade da infraestrutura das escolas da rede municipal, o grau de gestão democrática da educação municipal e a qualidade da merenda e transporte escolar ofertados nos municípios.