Três leões haveriam de competir para saber quem seria o rei da floresta. Para isso subiriam uma velha montanha que ninguém havia encarado antes. Ficou combinado que um falcão seria o árbitro, e apenas um leão de cada vez subiria a montanha e – quem fizesse em menos tempo – seria coroado.
Eis que o primeiro leão começou sua jornada, passou por matas fechadas, contornou vulcões, atravessou lagos, mas quando chegou num precipício, olhou em torno e conclui que a melhor saída era o retorno ao ponto de partida.
O animal seguinte também iniciou sua viagem. Os primeiros passos eram mais simples, daí, encontrou um jacaré no lago e teve de brigá-lo, porém, quando deu de cara com o mesmo desfiladeiro do seu companheiro anterior, ele viu que não havia como seguir e retornou, ainda que tenha feito em menos tempo que o primeiro.
Na vez do terceiro leão, esse, porém percebeu que algo curioso estava a ocorrer e pensou: “Como é possível reis da selva não conseguirem atravessar obstáculos de uma floresta?”, de modo que resolveu fazer outro caminho: Afastou-se um pouco mais da montanha a fim de fazer um contorno para que encontrasse a face sul. Após uma hora de caminhada ele avistou uma grande queda d’água. E agora? Como subir? Com toda sua força começou a escalar, mas escorregou em uma pedra, machucando-se. Arranhado e sangrando não desistiu, conseguiu vencer a cachoeira. Seguiu por mais três horas; cansado e sedento se deparou com o tal do precipício. Porém, retornou.
E nenhum dos três concluiu o objetivo. E, então, em plena reunião da floresta, junto com a bicharada, a águia dá o veredicto:
“O primeiro leão quando chega ao precipício diz: -Que pena, vou ter que voltar daqui. E vai embora… O segundo leão, ao olhar para o vale deduz:-Pois é montanha, você me venceu! E retorna um pouco mais rápido que o primeiro. O terceiro leão chega ao precipício muito tempo depois, pois ele faz outro caminho e, quando se depara com o desfiladeiro, brada com superação na voz: -Você me venceu, por enquanto, mas aguarde-me que eu voltarei e vamos ver quem manda nesse lugar!”
– E então… Quem fica com o trono, dona águia? Quis saber o macaco.
-Teoricamente não haveria vencedores, prosseguiu a ave.
–Porém, há um detalhe: O terceiro leão teve espírito de vencedor, pois ele considerou que a batalha estivesse perdida, ainda que a guerra não estivesse ganha. É desse tipo de leão que nosso Reino precisa. Queremos personalidades que tenham foco nas soluções e não nos problemas. Esse leão é rei de si mesmo e, daqui pra frente, será apenas uma questão de tempo a fim de se adaptar à coroa.
“A distância entre o impossível e a superação é apenas um passo”. – anônimo.
