Com IA, Robô Laura ajuda a salvar dez brasileiros por dia
Opiniao

Com IA, Robô Laura ajuda a salvar dez brasileiros por dia

A tecnologia que revoluciona o setor da saúde: a Laura, primeiro robô gerenciador de riscos do mundo, já é responsável por ajudar a salvar dez vidas por dia. São mais de 9 mil pessoas que, desde 2016, ganharam a oportunidade de um recomeço com o uso da inteligência artificial (IA) na governança dos atendimentos hospitalares.
O projeto nasceu da dor de um pai que perdeu a filha para a sepse aos 18 dias de vida e tem no nome a homenagem a ela. “A Laura, com toda a vida que tinha naqueles 28 centímetros de altura e 440 gramas, deixou a inspiração para que eu tivesse, mesmo nas piores condições, força para impactar a vida de outras pessoas. Nossa equipe leva hoje pra casa o saldo de dez vidas salvas todos os dias”, diz o arquiteto de sistemas Jacson Fressatto, pai e CEO da Laura.
Graças à Laura, a história da pequena Bianca teve um final diferente. Em 2018, ela veio ao mundo quando a mãe ainda estava com 27 semanas de gestação. Com a saúde frágil, a recém-nascida teve hemorragia pulmonar e sepse tardia (quando a infecção manifesta-se após 72 horas de vida). “Foi uma situação bem difícil porque ela teve várias apneias, além de pneumonia. O que me dava segurança era saber que o hospital tinha o monitoramento do Robô Laura, que gerou alertas para que a equipe de enfermagem checasse o estado da minha filha”, conta a mãe Jéssica Amaral. Bianca recebeu alta depois de 77 dias e hoje esbanja saúde. “É muito bom saber que a tecnologia está sendo usada para salvar vidas, ainda mais porque o Robô Laura foi criado a partir de uma história com a qual eu me identifiquei muito”, afirma Jéssica.
O levantamento  
Para calcular o número de dez vidas salvas por dia foram necessárias três etapas. Primeiro, foram selecionados os pacientes monitorados pela Laura em cinco hospitais, de outubro de 2016 (quando começou a funcionar) a dezembro de 2018. A partir desse levantamento, foram identificados os pacientes que receberam, pelo menos, um alerta gerado pelo Robô Laura que tenha resultado em abertura de protocolo de sepse e/ou prescrição de antibiótico. Desses pacientes, os que receberam alta foram considerados salvos com a ajuda da Laura. Em todo o período analisado (822 dias), 9.029 pessoas foram salvas, ou, em média, dez vidas por dia.
Laura é finalista em programa de aceleração da ONU
O Robô Laura foi selecionado para o Accelerate 2030, programa global feito pelo Impact Hub e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com o objetivo de escalar globalmente negócios que estejam em fase de crescimento e alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No Brasil, foram 35 selecionadas de 12 estados.
Nos próximos meses, a equipe da Laura receberá treinamentos com foco em expansão do negócio em escala global. Nessa etapa, as três empresas que tiverem melhor desempenho serão escolhidas para representar o Brasil na fase global, que ocorre em novembro, em Genebra, Suíça. Finalistas de 16 países passarão por rodadas de negócio e serão destaque em eventos globais voltados aos ODS. Após o período de imersão, ainda terão nove meses de acompanhamento de organizações internacionais, como o próprio PNUD. “A gente vai ter a grande oportunidade de levar à ONU e aplicar em outros países a tecnologia da Laura, que no Brasil já conseguiu reduzir a taxa de mortalidade hospitalar em 25%. Serão mais vidas salvas”, afirma o diretor de tecnologia da Laura, Cristian Rocha.  
Sobre a Laura
A Laura é uma tecnologia inovadora implantada nos hospitais para identificação precoce dos riscos de infecção grave, a Sepse. O recurso, criado pelo arquiteto de sistemas Jac Fressatto após a morte de sua filha, usa a inteligência artificial e a tecnologia cognitiva para fazer o gerenciamento de dados da rotina do hospital e emitir alertas. Ativa desde 2016, a Laura já teve cerca de 1,2 milhão de pacientes conectados e reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar. Além de salvar vidas, a tecnologia é um instrumento para otimização de tempo e recursos em saúde.