Com inflação em alta, marcas próprias ganham espaço
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Com inflação em alta, marcas próprias ganham espaço

  A inflação em alta mudou o comportamento do consumidor brasileiro, que já abriu mão de certas regalias no mercado, comprando somente os itens básicos, como alimentos, itens de higiene e limpeza. Mas, os itens básicos também estão caros e, então, o consumidor passa a optar por marcas mais baratas. Neste contexto, os produtos de marca própria das redes de varejo pode ser uma boa opção. Em alguns casos, os preços chegam a ser 20% menores do que os das marcas líderes.

   Um levantamento da GS Ciência do Consumo mostrou que o brasileiro gastou, em média, 22,5% a mais com a compra de itens de marca própria em janeiro deste ano em relação a janeiro de 2019, antes da pandemia. Muitos clientes evitam experimentar outras marcas por não considerarem que são tão boas quanto às marcas tradicionais ou por acharem que não vão gostar do resultado. Mas, se a questão for economizar melhor optar pelos produtos de marca própria. Uma análise feita pelo E-Investidor em sites das varejistas Carrefour e Extra, comparou preços dos alimentos da cesta básica, como arroz, feijão, açúcar, café, macarrão e óleo. Em 60% das buscas, os produtos de marca própria tinham o menor preço e, em 80% das comparações os produtos de marcas de supermercados estavam mais em conta que a média de preço das marcas mais baratas.

Alta nas vendas

A Coop – Cooperativa de Consumo registrou alta nas vendas dos produtos de marca própria nos últimos anos. Em 2019, a venda destes produtos representava 6,34% do faturamento da Coop. Em 2020, passou a 6,95% e, em 2021, chegou a 7,56%. Hoje, a Coop conta com mais de 1 mil itens disponíveis de marcas próprias. “Investimos no desenvolvimento de itens de Marcas Próprias em categorias que ainda não atuávamos e no cadastro de novos produtos com perfil de primeiro preço em categorias de primeira necessidade e também em embalagens maiores onde conseguimos oferecer uma relação custo/quantidade mais atrativa ao consumidor. Além disso, trabalhamos fortemente junto as indústrias para oferecer ofertas atrativas e competitivas aderentes aos nossos cooperados e clientes”, afirma Eder Fernandes (foto), gerente de compras da Coop. No Carrefour, no primeiro trimestre do ano, a venda desses produtos representaram 19,7% das vendas líquidas totais de alimentos. Já, no setor de não alimentos, as categorias de bazar e têxtil apresentaram desempenho positivo, com 15,1% e 5,8%, respectivamente.

Farmácias 

O mercado de produtos de marca própria das redes de varejo agora se expande também para os produtos de farmácias. A venda de fármacos na categoria de marcas próprias cresceu 36% nos cinco primeiros meses deste ano, de acordo com o levantamento da Nielsen feito para a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro).