Como um dia de domingo
Opiniao

Como um dia de domingo

08/09/12

Domingo último não me preocupei em acordar cedo, mas ainda o fiz por força do hábito. E, também, por força do hábito, voltei pra cama. Quando despertei de fato, sem demora, preparei as crianças para sair. O Pedro Henrique não é muito dado à passeios, logo ficou em casa com a mãe, e levei os gêmeos e uma bola. Ao chegar ao Duque, lá pelas 11h, a fila estava imensa, decidi, então deixar o carro na rua, tão logo escuto uma voz: -está bem guardado aí, hein? Fiz com a cabeça que sim. Encontrava-se de tudo naquele domingo ensolarado: pessoas a correr, crianças a brincar, pais de olho nos filhos, meninos a jogar, senhoras a passear, até quem queria dançar podia.
Fomos direto ao balanço, em que o vai-e-vem do brinquedo parecia deixar meus filhos em estado relaxante tal qual um monge budista a meditar. Após um bom tempo, fomos para o escorregador, e eles perceberam que, se jogassem a bola lá do alto, a mesma podia correr sozinha até que os atritos encontrados pela trajetória a fizessem parar. E lá iam Lorenzo e Lara atrás da bola que rolara escorregador abaixo. O brinquedo era de cimento, parecia uma canaleta bem grossa – o que permitia as crianças subirem sem apoio das mãos – diversão na certa.
Rumo à lagoa, visitamos os peixinhos, as tartarugas, as carpas e as garças, em que o melhor passatempo era jogar restos de comida, pão ou qualquer plânctom a fm de fazer com que os animais marinhos se alimentassem numa água bem suja. De repente a bola cai no lago –Quem jogou? ninguém falou nada. -Foi você, Lara? ela não respondeu. -Foi você, Lorenzo? sem sucesso na resposta. -Como vamos pegar a bola agora? em vão todas as perguntas: crianças!
Apenas fiquei a obsevar o movimento da bola, que era forçada por ventos amenos, quando estacionou numa ilhazinha. Encontrei um pau e empurrei a água em direção da bola. Não deu certo. Um peixe encostou na mesma, achando que, talvez, poderia ser um lauto banquete – e fez com que o objeto fosse parar no meio do lago – agora o desafio era fazê-la chegar na margem oposta. -Olha, uma bola, falava uma criança –Ali, filho alguém deixou cair uma bola no lago. Falava um pai.
Cheguei a pensar que se as pessoas me vissem tirar uma bola da água, talvez seria roubo, mas logo peceberam que a coisa pertencia aos meus filhos, principalmente quando joguei uma pedra grande e explodiu na água e espantou os peixes e fez ondas que ajudaram o objeto a encostar próximo à margem. E joguei mais uma, e outra, e outra – parecia um show de atiração de pedras às águas promovido por mim mesmo – era a atração do momento. Quando a bola ficou presa na margem, joguei água pra cima dela com ajuda de um pau – o que fez com que, finalmente, eu recuperasse aquele desejado brinquedo.
Antes de sairmos, lavamos a bola e paramos num rstaurante de comidas rápidas, comprei um sorvete e um refrigerante e, ao lado de meu carro estava o sujeito a esperar um trocado. -Bom domingo, senhor, ao que dei dois reais. Agora, em casa era só tomar um banho e sair para uma festa – dessa vez os gêmeos iriam com o Pedro e a mamãe. Eu descansaria.

“Os sonhos não desaparecerão se as pessoas não os abandonarem”. – autor desconhecido.

guilherme.lazzarini@yahoo.com.br – Publicitário e Fotógrafo