22/02/14
Brasil: Maior indústria de gado do mundo. A economia cresce três vezes mais rápida que a americana. Maior porcentagem de água potável do mundo. Tem o mais sofisticado bicombustível do mundo e a economia mais verde do globo. 80% da energia vêm das maiores usinas hidrelétricas do planeta. É o maior produtor de minério de ferro da Terra e o maior exportador de carne, frango, suco de laranja, café, açúcar e tabaco (os chineses compram tudo). Mas não se animem – o que adianta ter um carro bom se você não sabe dirigir?
“Filmamos no Brasil porque lá você pode machucar as pessoas enquanto filma” -Silvester Stallone. Ele continuou ainda a dizer que aqui se pode usar armas mais perigosas e destruir edifícios e veículos. Mentira? Não sejamos inocentes, pois, nos filme os ‘Mercenários 2’, em que ele foi o roteirista, diretor, ator e produtor, ele realmente fez isso – com aval do governo. E não parou por aí: “Você pode explodir o país inteiro, eles dizem obrigado e ainda dão um macaco pra você levar pra casa.” Bem, está certo que a parte dos macacos é a brincadeira da história, mas a parte de explodir tudo é verdade. Ninguém faria nada mesmo para cessar tal violência, e isso já existe: Quantos ônibus não foram explodidos Brasil afora nos últimos dias e ainda com criança dentro? Quantos empreendimentos não são destruídos com ações de blac-blocs, cuja ação está longe de ser uma causa pela qual podemos lutar e sim um bando a ser combatido?
Com uma ponta e inveja, um pouco de brin-cadeira, mas um fundo de realidade, Robbin Willians, ator, criticou a escolha do Brasil para as olimpíadas de 2016, já que o evento não será sediado em sua cidade natal: Chicago, EUA – que era uma das candidatas e afirmou que “O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó. não foi justo.” De fato, aqui as panicats, legendetes, dançarinetes, não-sei-mais-o-quê-etes são muito mais importante do que a educação e o transporte, por exemplo, e dizem que o estado do Acre não existe. Como assim? é a principal rota de cocaína do país, e olha que as drogas que circulam aqui sustentam parte do PIB – isso que é economia que cresce a 7%!
Taylor Lautner, astro da saga ‘Crepúsculo’ teve uma experiência inesperada aqui ao promover o filme “Lua Nova”, em 2009: “No Brasil as fãs são muito agressivas, e gostam de contato físico, elas derrubaram as barreiras e nos agarraram pela pernas e braços, tivemos que andar com eles em cima de nós até o carro. No hotel 2 mil fãs invadiram o saguão e foram até o andar onde estávamos”. O Brasil é campeão em tietagem, mas Taylor Lautner se divertiu muito por aqui no até onde se sabe.
O mundo faz brincadeiras com todos os países, a xenofobia é saudável até que não invada privacidade alheia. É salutar imaginarmos que alguns estrangeiros achem que nas praias do Brasil macacos dividam o espaço com humanos, e que nós bebemos caipirinha o tempo inteiro com feijoada. Para eles as mulheres são simpáticas e porque não dizer, ‘dadas’? Pelé, Ronaldo e Ayrton Senna atravessaram continentes e chegaram às bocas popularescas dos gringos. A capital do Brasil é qualquer cidade da Argentina e o ex-presidente Lula somente é conhecido nos ramos políticos e diplomáticos. Temos fama de bagunceiro e desorganizado (não é novidade pra ninguém aqui!), de modo que os estrangeiros temem ter a carteira furtada. E como aqui é o país do carnaval, as pessoas saem nas ruas sempre fantasiados. Eles acham que 40% das pessoas moram na floresta amazônica, outros 40% em favelas (no Rio), 15% são traficantes e o restante dos 5% eles desconhecem.
Lembro-me que quando fui à ilha Morro de São Paulo, Bahia, há dez anos, conheci uma dupla de amigas. Uma era da Noruega e a outra da África do Sul. Eu havia feito amizade com o filho da dona da pousada e o rapaz falava espanhol, inglês e italiano e aprendeu tudo lá na ilha, já que é um reduto de estrangeiros. A língua oficial era o inglês, e disse à norueguesa que eu morava no Brasil, e ela não acreditou, insisti na verdade e me desfiou: “Do you know how to samba? I want you to samba if you are brazilian” enfim… a parte mais difícil foi convencê-la de que eu não sabia sambar. Para os estrangeiros todos aqui jogam futebol (esse eu sei) e sambam!
“Não importa o quão frágil seja uma situação. Sempre cabem dois lados”
autor desconhecido
guilherme.lazzarini@yahoo.com.br – Publicitário e Fotógrafo
