Diocese de Santo André comemora 70 anos
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Diocese de Santo André comemora 70 anos

O bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, em entrevista exclusiva, contou sobre os desafios e conquistas da Diocese ao longo dos anos
O bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, em entrevista exclusiva, contou sobre os desafios e conquistas da Diocese ao longo dos anos

A Diocese de Santo André celebra 70 anos com missa de ação de graças, que será realizada no Poliesportivo de São Bernardo. O bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, em entrevista exclusiva, contou sobre os desafios e conquistas da Diocese ao longo dos anos e falou sobre a celebração: “É um momento no qual pretendemos reunir fiéis de toda a Diocese”. Atualmente, a Diocese abrange os sete municípios do ABC. Dos 2,6 milhões de habitantes, conforme o último censo, 46% se declaram católicos, ou seja, 1,24 milhão. Confira.

Folha do ABC – A Diocese de Santo André completa 70 anos na segunda (22) de julho. Ao longo deste período, quais as principais transformações e desafios enfrentados?

Dom Pedro Carlos Cipollini – Foram muitos os desafios. Primeiro foi a fase inicial de implantação da nova Diocese, com território totalmen-te desmembrado da Arquidiocese de São Paulo. Nesta época estava iniciando a expansão industrial do ABC e a chegada de migrantes e imigrantes vindos para trabalhar exigiu da Igreja um esforço enorme, para evangelizar sem se esquecer da promoção humana. Surgem assim as pastorais sociais. O crescimento rápido da população, a falta de padres, a evangelização em tempos de ditadura, as transformações que se sucederam até o nosso hoje marcado pela tecnologia. São múltiplos os desafios e eles crescem a cada dia.

Folha – O papel da Diocese continusendo o mesmo que era em sua fundação ou houve adaptações?

Cipollini – O papel de uma Diocese é sempre o mesmo: ser uma Igreja de pedras vivas, construída através da fé dos fiéis que dela fazem parte. A Diocese é uma porção do Povo de Deus, da Igreja que está localizada em determinado local. Ela deve dedicar-se à evangelização, celebrar os sacramentos e dar testemunho de Jesus Cristo, dentro da realidade em que vive. É lógico que suas tarefas vão exigir que se exerça a missão de maneira diferente, conforme a sociedade vai evoluindo. Cada época, cada década teve seu desafio especial, embora existam desafios que permanecem, estão sempre presentes.

Folha – O sr. foi nomeado como bispo da Diocese de Santo André, em maio de 2015. Nestes nove anos à frente da Diocese, quais foram as mudanças realizadas e melhorias?

Cipollini – Com a graça de Deus e ajuda dos padres e leigos, foram muitas as mudanças e melhorias realizadas. Percorri toda a Diocese em visita pastoral missionária, acompanhado de padres e leigos. Foi marcante, algumas comunidades nunca tinham recebido visita do bispo. Mas no início, após saldar as dívidas que encontrei, o grande desafio foi reorganizar a administração das paróquias, readaptar a administração central da Diocese, criar mais paróquias (foram sete), as transferências de padres que atingiu todas as paróquias, feitas pela necessidade de revigorar a pastoral.

   Uma realização que tem uma distinção especial foi o Primeiro Sínodo Diocesano do qual participou toda a Diocese. Foram traçadas as linhas mestras da ação evangelizadora e se articulou o 8º Plano de Pastoral. Foi criado o Vicariato Episcopal para a Caridade Social que é a organização da ação caritativa da Igreja junto aos pobres. Foi criado o Tribunal Eclesiástico. Foram reformadas as três casas do Seminário Diocesano e ordenados 28 padres para a Diocese de Santo André. Foram elaborados Diretórios para facilitar a vida interna da Igreja nas suas várias dimensões.

Folha – Quantos membros e fiéis possui a Diocese de Santo André? Como mantê-los e atrair novos fiéis?

Cipollini – A Diocese abrange os sete municípios do ABC. É uma população de 2.696.530 habitantes conforme o último censo. Deste montante temos 46% que se declaram católicos ou seja 1.240.404. A Igreja Católica está bem enraizada no ABC, embora tenha diminuído seu número, não tanto porque muitos se tornaram evangélicos, mas porque muitos não querem participar de comunidade religiosa nenhuma e cresce também o número dos ateus. A atração de novos fiéis se dá pela pregação do Evangelho, pelo testemunho, enfim pela acolhida e missão, que são os objetivos pastorais de nossa pastoral diocesana.

Folha – Como será a programação especial de celebração dos 70 anos?

Cipollini – Está programada uma missa de ação de graças que será o ponto alto das comemorações dos 70 anos. Será realizada no Poliesportivo de São Bernardo. Momento no qual pretendemos reunir fiéis de toda a Diocese.

Foto: Diocese Santo André 

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