Economia global continuará crescendo em ritmo mais lento, diz ONU
Opiniao

Economia global continuará crescendo em ritmo mais lento, diz ONU

24/05/14

A nova edição revisada do relatório “A Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2014”, das Nações Unidas, mostra que o crescimento global nos próximos dois anos será baixo, mas contínuo. “Mais de cinco anos após a crise financeira de 2008, o mundo ainda se esforça para fazer o motor de sua economia voltar a rodar com toda a capacidade”, disse o chefe do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UNDESA), Pingfan Hong, no lançamento do documento, nesta quarta-feira (21), na sede da ONU em Nova York.
Comparada à primeira versão do relatório para o ano, publicada em dezembro de 2013, a revisão prevê um crescimento global levemente menor, com um aumento de 2,8% no produto mundial bruto (PIB) em 2014 e de 3,2% em 2015 – ambos superiores ao crescimento de 2,2% do ano passado. Ainda assim, o ritmo continua inferior à média dos anos anteriores à crise financeira.
O documento levanta também uma série de riscos e incertezas para o panorama global, incluindo tensões geopolíticas, as repercussões das políticas de ajustes monetários das economias desenvolvidas, vulnerabilidades nos países em desenvolvimento, a situação ainda frágil na zona do euro, e o esgotamento em longo prazo das finanças públicas nas nações desenvolvidas.

Américas: norte e sul em caminhos opostos
Devido às dificuldades enfrentadas pelas economias maiores, espera-se um crescimento moderado de 2,6% para a América Latina e o Caribe em 2014. Internamente, porém, o ritmo varia: enquanto México e América Central veem suas economias fortalecidas pela atividade nos Estados Unidos, a América do Sul, em contraste, desacelera forte, de 3,2% em 2013 para 2,1% este ano.
A Argentina passa por um revés em meio à queda da confiança nos negócios e às pressões inflacionárias, enquanto a Venezuela provavelmente entrará em recessão, avalia o relatório. Já o Brasil continua a se expandir com uma taxa modesta de 1,7%, com necessidade de uma consolidação fiscal e baixas expectativas na demanda por investimentos.

Ethevaldo Siqueira é jornalista especializado em telecomunicações e professor universitário, e-mail esiqueira@telequest.com.br