Enfrentando uma grave crise financeira, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) anunciou um plano de demissão voluntária (PDV) com o intuito de diminuir seu quadro de funcionários, que hoje chega a 117 mil trabalhadores. O principal alvo são os empregados com mais de 55 anos, com tempo de serviço próximo à aposentadoria. Segundo Guilherme Campos, presidente da estatal, em matéria publicada no jornal Valor Econômico, “o plano é bom. Se não houver as adesões esperadas, medidas mais duras terão que ser tomadas mais à frente”. A expectativa com o PDV é receber de seis a oito mil adesões e gerar uma economia anual de R$ 850 milhões a R$ 1 bilhão. Para incentivar a demissão voluntária, os Correios irão oferecer uma espécie de ‘salário demissão’, que irá garantir 35% do salário por 10 anos. A abertura do PDV ainda depende da aprovação formal do Ministério do Planejamento, mas deve sair ainda em dezembro deste ano.
Em 2015, os Correios tiveram um prejuízo de R$ 2,1 bilhões, valor que deve ser repetido este ano. De acordo com Guilherme Campos, os Correios sofreram com o represamento de tarifas postais do governo anterior e também o repasse de R$ 6 bilhões em dividendos ao Tesouro. Com o objetivo de sanar as dívidas, a estatal pretende contratar um empréstimo no Banco do Brasil no valor de R$ 750 milhões e contratar a consultoria Accenture para fazer um ‘programa de transformação’ na empresa. A Accenture planeja alinhar o orçamento, reformular a estrutura organizacional e atualizar a estratégia da ECT em 30 meses, como já fez em outros países como Estados Unidos, Canadá e Índia.
