É comum que em janeiro ocorra aumento no endividamento das famílias, por conta das compras de Natal. Neste ano, porém, a situação foi bem diferente já que 49,2% das famílias paulistanas afirmaram ter algum tipo de dívida, queda de 2,7 pontos porcentuais (p.p.) na comparação com dezembro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando 51,8% das famílias estavam endividadas, observou-se queda de 0,4 p.p.. Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 2 milhões em dezembro para 1,899 milhão em janeiro, sendo que no mesmo mês de 2016, esse número era de 1,984 milhão.
Endividamento já atinge 49,2% das famílias, aponta Fecomercio SP
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a assessoria econômica da Federação, a redução nos níveis de endividamento e inadimplência verificada em janeiro de 2017 pode ser explicada, em parte, pelo comportamento do consumidor, que quitou algumas dívidas com recursos da segunda parcela do 13º salário e reduziu a aquisição de novos financiamentos em função da instabilidade econômica.
Na segmentação por renda, para as famílias com renda inferior a dez salários mínimos o porcentual de endividados em janeiro foi de 54%, queda de 2,4 p.p. em relação a dezembro, quando foram registrados 56,4%. Já no grupo familiar com renda superior a este montante, o porcentual de endividados foi de 35,4%, apresentando queda de 3,5 p.p. em relação ao mês passado, 38,9%.
Entre os consumidores endividados, o prazo médio de maior incidência de comprometimento da renda é por mais de um ano (32,2%) e até três meses (24,4%). O restante divide-se entre os períodos entre 3 e 6 meses (23,0%) e entre seis meses e um ano (18,4%).
Dentre as famílias com contas em atraso, 52,6% delas afirmaram ter contas vencidas há mais de 90 dias; 24,8% apontaram contas atrasadas entre 30 e 90 dias; enquanto que 21,3% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.
Em janeiro, 21,6% das famílias com renda inferior a dez salários mínimos declararam ter contas em atraso, recuo de 1,2 p.p em relação ao mês anterior. Na faixa de renda acima de dez salários, houve queda de 1 p.p., passando de 7,4% em dezembro para 6,4% em janeiro.
Segundo a FecomercioSP, as famílias com menor renda sentem mais os efeitos da inflação e da alta de juros. Para esta faixa da população, onde qualquer imprevisto pode desequilibrar suas finanças, o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e é a única forma de acesso a esses padrões.