O governo Trump veta a entrada do 5G chinês nos Estados Unidos, sob a alegação de que a China utiliza a nova tecnologia para espionagem. Aqui, fazemos algumas perguntas:
• Será verdadeira a acusação?
• Existiria algum caso concreto que prove a acusação?
• Se existe essa possibilidade, o 5G de outros países não poderia ser suspeito, igualmente, de espionar os governos dos países onde estão instalados?
• Não poderia ser simples protecionismo norte-americano, diante de uma possível inferioridade tecnológica nessa tecnologia?
A exclusão do 5G chinês não poderia ser apenas uma forma puramente política de excluir um competidor mais avançado? O tema está em debate. Convido todos aqueles que queiram debater o tema, com seriedade e conhecimento.
Não deveria existir, para casos semelhantes, haver um fórum neutro e altamente capacitado para investigar acusações desse tipo. Não seria a UIT (União Internacional de Telecomunicações) esse fórum?
Eis aqui o comentário chinês
Eis a seguir o comentário divulgado nos últimos dias pelo Porta-voz da Embaixada da China sobre as afirmações feitas por autoridades norte-americanas acerca da Huawei e o 5G da China.
“Dias atrás, em artigo veiculado na imprensa brasileira, o subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach, procura desacreditar a Huawei e interfere de forma grosseira na cooperação normal sino-brasileira. Seus comentários carecem de nenhum fundamento. São difamações mal-intencionadas e manuseios políticos, que merecem firmes objeções do lado chinês. Os fatos falam mais alto que as palavras.
A Huawei, uma empresa privada de renome mundial, não tem nenhum incidente de segurança cibernética, nem caso de espionagem e vigilância na rede de informações, nos equipamentos e serviços fornecidos a mais de 170 países e territórios, que atendem a mais de um terço da população do planeta. Também não há nenhuma prova de que os produtos da empresa tenham dispositivos para essa finalidade, os chamados “backdoor”.
Os Estados Unidos, por sua vez, têm um histórico escandaloso em matéria de segurança cibernética. Além disso, têm usado o poder do Estado para cercear empresas chinesas de alta tecnologia, sob o pretexto de preservar a segurança nacional, interferindo na escolha de fornecedor do 5G nos outros países.
O objetivo não é, de forma alguma, criar a chamada “rede limpa”, nem proteger a liberdade e a privacidade, mas sim, valendo-se do engodo, da intimidação, da coerção e, enfim, de todos os meios a seu alcance, pretender manter a sua rede de vigilância cibernética e hegemonia digital. Essas práticas, típicas de bullying tecnológico, são uma violação grosseira das normas da cooperação comercial internacional, dos princípios do comércio mundial e das regras do mercado.
O 5G é uma importante ferramenta para alavancar uma nova etapa da revolução industrial. Politizar ou ideologizar essa tecnologia e as cooperações nesse campo só irá retardar o processo da economia digital do mundo. A postura dos EUA vai contra a corrente da História, e está destinada a fracassar.”
