Três pacientes do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Santo André, morreram devido a um problema no sistema de oxigênio, na terça (1).
As vítimas são uma senhora de 81 anos, uma mulher de 41 anos e um homem também de 41 anos. Todos eles estavam internados com Covid na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com o diretor do hospital, Manoel Miranda, uma falha de comunicação entre os sistemas de “backup” provocou a interrupção no fornecimento de oxigênio da unidade.
A AME Santo André, há cerca de dez dias, estava sendo abastecida por uma usina de oxigênio com capacidade pra fornecer o gás para 23 leitos. Segundo Manoel, a usina tem dois “backups”, mecanismos que deveriam garantir a produção de oxigênio mesmo em caso de pane elétrica. O primeiro sistema de “backup” é uma bateria de cilindros de oxigênio. Em caso de falhas, o próprio tanque de oxigênio do hospital entra em ação, com capacidade para manter cerca de 20 pacientes por até 24 horas, até que haja reparação na usina.
Porém, a comunicação entre estes sistemas não funcionou e faltou oxigênio na UTI para os pacientes em estado grave, segundo os responsáveis pela AME.
A Fundação do ABC, que administra a unidade, abriu sindicância para apurar qual foi a falha técnica e de quem seria a responsabilidade. A Secretaria da Saúde do Governo do Estado determinou que a Fundação do ABC afastasse temporariamente os eventuais responsáveis até que os fatos sejam apurados.
O prefeito Paulo Serra, durante live, afirmou que lamenta profundamente e que as mortes ocorreram em um equipamento estadual e foram causadas por “falta de gestão”.
“São pessoas que perdem a vida por falta de oxigênio. É uma mistura de revolta com tristeza e pouco importa se dois deles não moravam na nossa cidade. A Prefeitura tentou levar as pressas, quando fomos comunicado pelo AME desta falta, pelo SAMU, para atender de alguma forma esses pacientes, mas, não deu tempo deste oxigênio chegar a tempo de salvar essas vidas. Como prefeito, vou cobrar responsabilidades. A gestão da AME não é responsabilidade do município. É responsabilidade da secretaria estadual de Saúde, mas isso não apaga o que aconteceu, que foi em nosso território, em nossa cidade”, disse.