Filippi: “2024 será de entregas, com a consolidação dos investimentos”
Política

Filippi: “2024 será de entregas, com a consolidação dos investimentos”

 O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, em entrevista exclusiva, fez um balanço das ações do terceiro ano do quarto mandato. Os maiores destaques ficam por conta da implementação do Quarteirão da Educação, que receberá investimento de R$ 45 milhões, a construção do Hospital Municipal no atual prédio da Prefeitura, com R$ 287 milhões em recursos do governo federal, entre outros. O município também se destacou no Esporte, ao receber o prêmio de Cidade Sul-Americana do Esporte. Na Segurança, atingiu a mar-ca de apenas 4 homicídios a cada 100 mil habitantes, valor bem abaixo da média nacional de 23,4. Confira.

Folha do ABC – O sr. chega ao final do terceiro ano do quarto mandato. Poderia elencar quais foram as principais, ações fazer um balanço de como foi esse ano de 2023 para a cidade?

José de Filippi Júnior– O ano de 2023 a gente consolida projetos e investimentos que estamos desenvolvendo desde 2021. Na verdade, o povo me colocou aqui por conta disso. Acho que tivemos uma gestão passada que decepcionou. Ouvia muito isso na rua. Chegamos aqui, o nível de desorganização era grande. Essa desorganização foi agravada pela situação da pandemia. Então, ti-vemos que nos estruturar administrativamente.

   Acho que tem várias ações que são exemplares. O ‘Escola Bem Cuidada’, que fizemos um plano de descentralização para cuidar de todas as 60 escolas de uma vez. O plano de recuperação das UBSs, o plano de recuperação da cidade de infraestrutura, a parte de manutenção do viário, a limpeza. O programa ‘Nosso Bairro Melhor’, o ‘Eco Ponto’, para poder ajudar a questão da coleta seletiva, a implantação de centenas e centenas de lixeiras, para contribuir com a cidade, com a limpeza 1.300 lixeiras.

   Essa questão, enfim, de reestruturar e dar uma vida para a população administrativamente. E, a partir, daí fazer o planejamento para o qual trabalhamos para ser reeleito. Então, a questão do novo hospital, do Quarteirão da Educação, das UPAs, que também tinham sido fechadas e estamos recuperando. Vamos ter, agora, duas delas que já estão em processo de implantação, a do Centro e a Paineiras.

   A UPA Paineiras está em construção. Lamento que o governo passado tenha fechado. Agora, vamos construir no mesmo espaço. Ela terá 22 leitos. Já com o projeto da UPA do Centro, vamos transformar o pronto-atendimento, o pronto-socorro central, numa UPA. Será uma super UPA, de 60 leitos. E a do Paineiras vai demorar no final do próximo ano.

   O Quarteirão da Educação deverá ser inaugurado até junho. A parte dos prédios escolares, voltados para as crianças, estamos aguardando a assinatura do governo federal para os repasses.

   Na área de Segurança, temos a Central de Vídeo e Monitoramento, que é outra coisa simbólica. Diadema era uma cidade, há 20 anos, campeã de homicídio e, lá atrás, fizemos vários programas. Acho que é muito importante a cidade sobreviver, viver, respirar um clima de respeito. Respeito à vida, promover a cultura de paz. No último ranking de 170 cidades mais violentas, Diadema não está mais. Então, essa foi importante. A Central está na minha sala. Tenho quase 300 câmeras na cidade toda, com totens implementados. Ela já resolveu e elucidou alguns crimes. Estamos aperfeiçoando a relação com a Polícia Civil e com a Polícia Militar, para poder servir também como prevenção e também como instrumento de elucidação de crimes da polícia investigativa.

   Também temos avanços na área do Esporte. Diadema ganhou o prêmio de Cidade Sul-Americana do Esporte. Na área da Cultura, também vários avanços. Na área da Habitação, re-tomamos programas habitacionais, projetos de busca de apoio e buscamos suporte do governo federal.

   Infelizmente, pegamos dois anos de governo Bolsonaro, 2021 e 2022. Tentamos buscar apoio do governo federal. Não temos discriminação. Independente de ser um presidente que era mais amigo ou menos amigo da cidade. Conhecer ou não conhecer. Mas, sempre tivemos a porta fechada. Infelizmente, foi através da presença do presidente Lula que tivemos, com todas as dificuldades do primeiro ano de governo dele, R$ 75 milhões para o custeio da Saúde. Tivemos assinatura de um convênio para construir um novo hospital que vai ser construído no atual prédio da Prefeitura.

   Além disso, temos políticas sociais voltadas para a promoção social, para as pessoas se sentirem valorizadas. Temos o projeto ‘Adolescente Aprendiz’, de formação da Florestan Fernandes para a busca de empregos.

   Então, tudo isso estava no meu programa de governo. E estamos neste terceiro ano, que é um ano que foi fundamental para a gente poder estar implementando isso. Há ainda as três creches que foram entregues neste ano também. No total, são cinco creches desde o começo.

Folha – Na área econômica, o município performou positivamente, neste ano?

Filippi – Infelizmente, tivemos o Brasil em uma década de retrocessos, desde quando teve o golpe contra a presidente Dilma Rousseff. O último ano dela já foi com dificuldades e depois tivemos mais dificuldades. Então, estamos com esse grande desafio de voltar a gerar emprego e ter atividade econômica. O município pode dar a sua contribuição e procuramos dar. Fizemos o programa Emprega Diadema, incentivando o emprego.

   Tivemos algumas indústrias, um restaurante famoso que vem aí, que delegou para nós o trabalho todo de recrutamento das pessoas para o empregador, recrutamento de contrato de média para as pessoas serem contratadas. E Diadema tem melhorado na oferta de oportunidades de emprego. Temos a questão da formação profissional, tecnológica. O motor que gera empregos é o motor da economia. Procuramos investir na área de habitação, demos isenção para os investimentos na área de interesse social, reduzindo o imposto da construção civil, do ISS, para incentivar os investimentos nessa área social.

   O emprego é decisivo, é importante, e a Prefeitura tomou essas iniciativas para contribuir. Agora, estamos torcendo muito. O presidente Lula está no seu primeiro ano de governo, e no seu segundo ano de governo, a gente tem já indicações importantes, a inflação sob controle, melhoria da questão do salário mínimo, o emprego reagindo.

   O que precisamos ter agora, de fato, é acelerar o desenvolvimento econômico, para que a gente possa ter um emprego melhor, para que a gente possa ter mais renda, a população tendo mais renda, faz a economia girar.

   Na área da Segurança, nosso foco é na cultura de paz, com a lei de fechamento de bares, a GCM, contratamos 49 agentes novos GCM, fizemos um plano de reestruturação salarial e de valorização dos profissionais. Temos a Patrulha Maria da Penha para atuar e agir no sentido de coibir a violência contra as mulheres, o Detecta, com radares, que ajudam, pro meio de um sistema tecnológico, identificar carros roubados e, com isso, coibir os casos de carros roubados. Retomamos a questão do policiamento no bairro, policiamento através das unidades móveis, nos bairros e comércios. Agora, fizemos um programa que se chama Ponto Seguro, por conta da epidemia de roubos de celular, principalmente com mulheres, que são maioria nas ruas logo cedo e nos pontos de ônibus.

Folha – O sr. também realizou diversas visitas à Brasília neste ano. Qual o valor total dos investimentos que virão para Diadema?

Filippi – Para a Saúde está previsto mais de R$ 40 milhões. Já veio R$ 75 milhões para a manutenção e custeio, para o Quarteirão da Educação, serão R$ 45 milhões.

   Assinamos um convênio de R$ 287 milhões para o Hospital Municipal. Já assinamos um convênio de R$ 4,4 milhões para a contenção do Vila Nova. E, aproximadamente, são R$ 15 milhões, sendo já tinham mandado aproximadamente R$ 10 milhões para concluir os três CAPs, que são os Centros de Apoio Psicossocial, que estamos construindo. Cada obra custa R$ 5 milhões, aproximadamente.

Folha – E na parte de recursos em projetos com o Governo do Estado? Há bom diálogo também?

Filippi – Estamos buscando um diálogo, buscando, agora, um apoio na área de recapeamento. Eles estão provendo aproximadamente R$ 6 milhões com emendas de deputados e o próprio repasse do Governo do Estado para nós. Isso vai representar, aproximadamente, umas 110 ruas que vamos poder recapear. Mas, temos o nosso programa normal de recapeamento já trabalhando. Vão ser aproximadamente 200 ruas.

   O Governo do Estado também está repassando R$ 90 milhões para a área habitacional, com 400 unidades sendo construídas no Parque Real. São duas torres importantes, grandes. Acho que é uma coisa da ordem de 16 ou 18 pavimentos, voltado para a população de vulnerável, investimentos da área de interesse social. Foi uma parceria, portanto, entre a Prefeitura, os movimentos organizados e o CDHU. Outra obra do CDHU que também está sendo realizada na Av.Prestes Maia.

Folha – Para os primeiros meses de 2024, o tom do governo vai ser de entregas? O que a população pode esperar?

Filippi – Vamos entregar, consolidando esses investimentos todos. Na área da saúde, teremos a última UBS que vai ser desenvolvida. Vamos entregar as duas UPAs. Uma já é no meio do ano e outra mais para o final do ano, a do Paineiras. Vamos entregar o plano de recapeamento e a iluminação. Aliás, essa é uma licitação que demorou dois anos, porque fizemos um procedimento que se chama locação de ativo, que fica uma coisa intermediária entre fazer o próprio e fazer uma PPP. A PPP normalmente demora 15, 20 anos. A locação de ativo vai ser cinco anos. A licitação foi concluída. Então, eles vão investir provavelmente R$ 50 milhões, para trocar 15 mil luminárias que ainda não são de LED, em seis meses. Diadema tem 25 mil luminárias no seu sistema de iluminação, no viário, em aproximadamente 1.500 ruas e 700 km de viário. Cerca de 10 mil já são de LED. Depois, a manutenção ficará por conta da Prefeitura.

   Começaremos a obra do Hospital Municipal no atual prédio da Prefeitura. Ainda não sabemos para onde vamos. Estamos discutindo um lugar onde pode ser uma nova Prefeitura. E tem também a questão digital. Tivemos uma reunião com a secretária nacional de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, para um projeto piloto de telemedi-cina, de saúde digital nas nossas unidades.