Gestão do peso é a “bola” da vez para combater a obesidade
ARY SILVEIRA BUENO

Gestão do peso é a “bola” da vez para combater a obesidade

Dentre os principais problemas em Saúde Pública, a obesidade se destaca por ser um dos principais fatores de risco, para uma série de doenças crônicas não transmissíveis evitáveis. Essa condição desafia os cuidados primários e de promoção da saúde.
A obesidade atinge uma em cada quatro pessoas no mundo e, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, ela atinge mais de 2 bilhões de pessoas.
No Brasil, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde 2019, divulgada pelo IBGE em outubro de 2020, 61,7% dos adultos tinham excesso de peso e 26,8% da população acima de 20 anos estavam obesas.
A obesidade é fator de risco para várias doenças crônicas, como, por exemplo: diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e alguns tipos de câncer. Atualmente ainda, é responsável por evolução grave da Covid-19, levando vários indivíduos à morte, mesmo que não tenham doenças associadas.
Ressalte-se que estes dados não levaram em conta o período de quarentena, com o isolamento social. É muito provável que estes números aumentem além do previsto para o período, colocando a obesidade novamente como tema central da Atenção Básica da Saúde, através dos programas de promoção de saúde e prevenção de doenças.
O impacto da obesidade no mundo corporativo
De acordo com recente pesquisa do Instituto Locomotiva 53% da classe média tiveram de passar a tesoura em pelo menos um de três serviços durante a pandemia: a manutenção de plano de saúde, a contratação de empregada doméstica ou de babá e o pagamento de mensalidade de escola particular.
Nas empresas a obesidade causa comprovadamente impacto expressivo negativo na produtividade, devido à alta taxa de absenteísmo, mais consultas e exames médicos, os quais refletem no aumento dos custos do seguro saúde.
Segundo uma pesquisa da Associação Paulista de Recursos Humanos e de Gestores de Pessoas – AAPSA, ele representa o segundo maior custo das empresas e ainda assim, 79% dos motivos de falta no trabalho e afastamento, são por razões de saúde.
A pandemia do novo Corona vírus trouxe à tona um problema mundial: o elevado número de pessoas com alguma doença crônica, as chamadas comorbidades, com destaque para a obesidade
A healthtech EW2Saúde realizou nos últimos meses, trabalho de mapeamento do perfil epidemiológico a partir dos dados colhidos de uma amostra de 4 empresas selecionadas,  para a implantação da sua solução RST – para o Retorno Seguro ao Trabalho presencial, durante o período de julho a setembro, com mais de 3.400 participantes, entre funcionários e terceiros e adesão foi de 79%.
A análise revelou que nos grupos de risco identificados, pode-se “enxergar” aquelas pessoas predisponentes a doenças crônicas evitáveis, para direcionar ações e recursos de forma mais eficaz e a obesidade foi relatada por aproximadamente 14% dos perguntados.
 Tecnologia e Profissionais de Saúde, aliados no combate a Obesidade
 A tecnologia, por meio de soluções inteligentes, Apps mobile etc., tem se mostrado uma forte aliada no combate à epidemia da obesidade, mas não funciona por si só.
O processo de emagrecimento e alcance do peso ideal, só é e será possível com a mudança de hábitos e mentalidade da pessoa/paciente. Será necessária uma ação conjunta entre tecnologia, que possibilite a interação com profissionais de saúde que entreguem orientação e suporte efetivos, para se alcançar o sucesso desta longa e relevante da jornada. Agora há o conceito desta solução. Ela se chama Sinque!
 A assistência assertiva de profissionais especializados é essencial à grande maioria das pessoas que sofrem com a obesidade. Caso contrário, sozinhos não serão capazes de obter e manter o seu peso saudável, no médio e longo prazo.
A meu ver, as soluções para o acesso aos cuidados para com o problema do sobrepeso e da obesidade, passam pelos desafios da escassez geográfica no Brasil de profissionais de saúde especializados em medicina da obesidade, melhor cobertura e gestão do seguro saúde, atualização de currículos de faculdades de medicina, considerando os recentes, acelerados e profundos impactos da transformação digital e de novos dispositivos legais, como a LGPD e com maior uso da ciência médica, combinado com os recursos de TI, como a Inteligência Artificial – IA.
Conclusão
É hora de se colocar a Pessoa no centro de tudo e de cuidar da promoção da sua saúde, entre elas o grave problema da obesidade!
É hora de se quebrar o ciclo vicioso que levou a esta realidade, reavaliar o seu diagnóstico e fazer nova abordagem para este complexo problema de saúde pública global.
 Há o Desafio. Há a Oportunidade. Há de ser feita a Diferença; Juntos!