Há um Quásar brilhante no centro de nossa Galáxia (II)
Opiniao

Há um Quásar brilhante no centro de nossa Galáxia (II)

Uma enorme quantidade de energia é liberada quando a matéria é agregada pelo buraco negro supermassivo. Essa energia aquece e empurra o gás circundante para fora, gerando fortes fluxos que atravessam o espaço interestelar como um tsunami, causando estragos na galáxia hospedeira.
Os fluxos de saída desempenham um papel importante na evolução da galáxia. O gás alimenta a formação de estrelas, portanto, quando o gás é removido devido a vazamentos, a taxa de formação de estrelas diminui. Em alguns casos, os fluxos de saída são tão poderosos e expelem grandes quantidades de gás que podem interromper completamente a formação de estrelas dentro da galáxia hospedeira.
Os cientistas também acham que os fluxos de saída são o principal mecanismo pelo qual gás, poeira e elementos são redistribuídos por grandes distâncias dentro da galáxia ou podem até ser expelidos para o espaço entre as galáxias – o meio intergaláctico. Isso pode provocar mudanças fundamentais nas propriedades da galáxia hospedeira e do meio intergaláctico.
O Universo há 13 bilhões de anos
Há mais de 13 bilhões de anos, quando o Universo era muito jovem, a visão estava longe de ser clara. O gás neutro entre as galáxias tornava o Universo opaco para alguns tipos de luz. Ao longo de centenas de milhões de anos, o gás neutro no meio intergaláctico tornou-se carregado ou ionizado, tornando-o transparente à luz ultravioleta.
Este período é denominado Era da Reionização. Mas o que levou à reionização que criou as condições “claras” detectadas em grande parte do universo hoje? O telescópio Webb examinará profundamente o espaço para reunir mais informações sobre esta importante transição na história do universo.
O papel da Reionização
As observações nos ajudarão a entender a Era da Reionização, que é uma das principais fronteiras da astrofísica.
A equipe usará quasares como fontes de luz de fundo para estudar o gás entre nós e o quasar. Esse gás absorve a luz do quasar em comprimentos de onda específicos. Por meio de uma técnica chamada espectroscopia de imagem, eles procuram linhas de absorção no gás intermediário.
Quanto mais brilhante for o quasar, mais fortes serão as características da linha de absorção no espectro. Ao determinar se o gás é neutro ou ioni-zado, os cientistas aprenderão o quão neutro é o universo e quanto desse processo de reionização ocorreu naquele momento específico.
“Se você quer estudar o Universo, você precisa de fontes de fundo muito brilhantes. Um quasar é o objeto perfeito no Universo distante, porque é luminoso o suficiente para que possamos vê-lo muito bem”, disse Camilla Pacifici, membro da equipe, que é afiliada à Agência Espacial Canadense, mas trabalha como cientista de ins-trumentos no Space Telescope Science Institute em Baltimore. (Continua)