Igualdade?
Opiniao

Igualdade?

Lembro me que quando eu trabalhava com marketing e visitava empresas, deparei-me com uma situação de segregação. Existiam dois restaurantes na firma: um para o “administrativo” e outro para a “produção”. A funcionária do RH me disse: “Você almoça aqui. Começaremos a servir a partir do meio dia, pois às onze horas quem vem almoçar é a produção. ”Naquela empresa o refeitório cabia todo mundo, pois.
Como professor de idiomas conheci muitos alunos quem têm amigos, familiares ou colegas morando fora do país. Até mesmo a própria experiência dos estudantes é uma aula de cultura internacional.  Na Holanda, por exemplo, a igualdade passa por cima da discriminação tal como um caminhão carregado de honestidade. O encanador não se acha diferente do gerente; um porteiro tem tanto valor quanto um doutor; nada impede o limpador de banheiros tomar uma cerveja com o coordenador de marketing, ou seja, o patamar hierárquico é ignorado e dá lugar ao respeito. 
Quando meu primo veio da Alemanha nos visitar, lembro-me de ele ter falado que lá a profissão não define o valor da pessoa e que trabalho honesto e duro é trabalho honesto e duro, seja coletando lixo ou apresentando peças publicitárias em grandes empresa – um precisa do outro e todos dependem de todos.
Existem profissões que pagam mais, porém, não é por isso que somos mais que outros. Contas bancárias gordas, não é sinônimo de ser melhor. Pelo contrário, esse orgulho pode estar num nível tão alto quanto os dos ratos que infestam o submundo das maiores metrópoles. O Brasil tem muita abundância: em falta de segurança, em falta de educação, em maior quantidade de impostos, buracos nas ruas, abundância de desemprego… a lista é grande! Qualquer gringo que visitar o Brasil vai se encantar, já que nos ajoelhamos a eles. As pessoas de fora não conseguem entender porque uns têm tanto; e tantos têm tão pouco, visto que o Brasil oscila uma das piores distribuição de renda do globo.
Um professor, na China ou Alemanha tem tapete vermelho estendido por onde passa. Aqui no Brasil, tal profissão beira o nível da lástima. Na Suécia, um deputado ganha seu salário mínimo, e mora de aluguel. Aqui, a corrupção financia as riquezas nas eleições.
Violência não é fruto de pobreza, é fruto de Desigualdade Social. E enquanto o samba, o futebol e o carnaval ditar o ritmo dessa toada, a violência será sempre um prato cheio – e que algumas vezes se come frio.