Inadimplência das famílias paulistanas atinge menor patamar desde 2021
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Inadimplência das famílias paulistanas atinge menor patamar desde 2021

Porcentual de lares com contas em atraso reduziu de 20,8%, no mês de junho, para 19,9%, em julho

Em julho, a inadimplência das famílias paulistanas atingiu o menor nível desde outubro de 2021. Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostram que o porcentual de lares com contas em atraso reduziu de 20,8%, no mês de junho, para 19,9%, em julho — o que, em números absolutos, representa 40 mil famílias inadimplentes a menos. Na comparação anual, a queda foi ainda maior: 164 mil lares deixaram de ter dívidas em atraso.

 A pesquisa revelou ainda outros dados positivos. Um deles foi o recuo na taxa de famílias que afirmam que não conseguirão pagar as contas em atraso — de 8,8%, em junho, para 8,2%, em julho, o menor nível desde janeiro de 2022. A parcela da renda comprometida com dívida também ressecou nesse período, atingindo 29,5%, melhor resultado dos últimos 12 meses, demonstrando boa saúde financeira das famílias.

 A FecomercioSP atribui esse cenário otimista a uma combinação de fatores, que inclui ganho real da renda obtido graças a um mercado de trabalho aquecido e uma inflação desacelerada, principalmente referente aos preços dos alimentos, item que mais pesa no bolso do consumidor.

PESQUISA DE ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR (PEIC)

(JULHO DE 2024)

Cartão de crédito lidera, mas recua

O porcentual de famílias endividadas também seguiu a tendência de queda, passando de 71,3%, em junho, para 70,4%, em julho. Apesar do cartão de crédito continuar sendo o principal tipo de dívida, houve queda no número de endividados nessa modalidade. Em julho, 85,9% das famílias precisaram acertar a fatura, contra 86,1%, no mês anterior, e 88,1%, em maio. Na visão da Entidade, essa oscilação pode ter ocorrido por causa de dois movimentos: o sistema financeiro está mais seletivo e, ao mesmo tempo, algumas famílias liquidam a dívida e não utilizam mais o cartão. O segundo maior porcentual foi do crédito pessoal (15,4%), seguido do financiamento de casa (13,2%).

 No questionamento a respeito da intenção de financiamento ou crédito nos próximos três meses, houve uma redução de 19,6% para 18,8%, entre junho e julho. Entretanto, o atual porcentual é muito superior aos 10,6% registrados no mesmo período do ano passado, o que aponta que há mais espaço no orçamento doméstico para comprometer a renda com mais dívidas.

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