Inclusão da Huawei em lista negra dos EUA
Opiniao

Inclusão da Huawei em lista negra dos EUA

O lucro da fabricante chinesa de smartphones cai 29%, após sanções impostas por Washington, que bloqueiam o fornecimento de peças.
A gigante de tecnologia chinesa Huawei sofreu sua maior queda de receita no primeiro semestre deste ano, depois que os EUA impuseram sanções que afetaram suas vendas de smartphones em todo o mundo. O presidente da empresa, Eric Xu, disse que a sobrevivência, apesar da pressão dos EUA, é a prioridade absoluta da Huawei.
“Definimos nossas metas estratégicas para os pró-ximos cinco anos e nosso objetivo é sobreviver. E de forma sustentável”, disse Xu em um comunicado.
Desde que Washington incluiu a Huawei em sua lista negra comercial em 2019, a empresa vem operando com dificuldade, por ser mencionada em preocupações com a segurança nacional americana. Os fornecedores que usam qualquer tecnologia dos EUA para fazer componentes para a Huawei devem primeiro receber a aprovação de Washington, que na verdade bloqueou o fornecimento de várias peças importantes. A campeã chinesa de tecnologia registrou receita de US$ 49,5 bilhões no primeiro semestre, uma queda de 29,4 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita de seu braço de eletrônicos de consumo caiu quase 47%, em relação ao ano anterior, já que o acesso restrito a chips importantes dos EUA impediu a empresa de vender seus telefones.
“Fomos definitivamente impactados pela escassez de chips e pelas sanções dos EUA”, disse um porta-voz da Huawei, acrescentando que a venda da marca de smartphones Honor da empresa também contribuiu para a queda na divisão de eletrônica de consumo.
O principal negócio da Huawei de venda de equipamentos de infraestrutura para operadoras de telecomunicações também diminuiu, caindo 14,2 por cento. O negócio corporativo, que inclui soluções digitais para cidades inteligentes, finanças, transporte, energia, manufatura e educação, foi o único segmento em crescimento, gerando um aumento de 18,2% em relação ao ano passado.
A prioridade da Huawei é permanecer sustentável diante da pressão dos EUA. Uma área em que isso é evidente é na que o presidente-executivo Ren Zhengfei chamou de “pivô para software”, incluindo o fortalecimento de seus negócios de computação em nuvem em rápido crescimento.
“Devemos visar à liderança no mundo no domínio do software puro”, disse Ren em um comunicado. “Em domínios onde o software se sobrepõe ao hardware, devemos nos concentrar na otimização do software para complementar o hardware”, acrescentou.
O foco em software envolve o sistema HarmonyOS que a Huawei usou para substituir o sistema Android do Google. A empresa instalou o Harmony OS em cerca de 50 milhões de smartphones e outros dispositivos desde junho.