10/11/12
Não importa o nome. Hidrolipo, Lipolight, Minilipo, Lipoultrassonica, entre outras bobagens. Todos definem Lipoaspiração, a cirurgia plástica que tem como indicação de eliminar gordura localizada e nunca perda de peso e muito menos de manutenção de peso ou da forma corporal. Os novos títulos para uma operação que existe há mais de 30 anos revelam, em muitos casos, a má-fé de quem anuncia o procedimento.
O procedimento parece simples. Basicamente, o cirurgião introduz uma cânula, com soro, adrenalina e anestésico, para sugar a gordura. Porém trata-se de uma cirurgia extremante delicada e dependente da mão de um cirurgião devidamente treinado e habilitado.
É muito comum encontrarmos anúncios e até profissionais médicos que tentam tornar o ato cirúrgico, principalmente àqueles com finalidade estética, em algo banal. Uma cirurgia, seja ela qual for, é sempre algo complexo, é um procedimento nobre que envolve estudo, especialização, perícia em torno de uma vida.
Cirurgia Plástica é algo sério, ela apresenta os mesmos riscos de qualquer outra cirurgia, e não pode ser banalizada e, quando isso ocorre é o próprio paciente que sofre as conseqüências. Não há forma milagrosa de se obter uma melhora estética e muito menos como burlar a natureza do corpo humano.
É preciso evitar aqueles que prometem algo que não pode ser obtido, aqueles que querem burlar os princípios médicos e científicos, aqueles que se valem de nomes e denominações especulativas para um determinado procedimento cirúrgico ou estético com a finalidade meramente de marketing comercial, manipulando a auto-estima do paciente em benefício próprio.
Assim, a lipoaspiração possui indicação precisa e apenas um cirurgião experiente e habilitado é capaz de faze-la. Deve-se observar com muita cautela as queixas e expectativas do paciente, são elas reais?, são elas passíveis de serem alcançadas?. Após isso segue-se com uma avaliação pré-operatória minuciosa com exames e avaliações de outros especialistas com o objetivo que diminuir o risco cirúrgico ao máximo. E, ao meu ver, o procedimento deve ser feito em centro cirúrgico, com a presença de um anestesista. Não deve ser feito em consultório.
Giancarlo Dall’ Olio é médico cirurgião plástico -e-mail:beautecirurgiaplastica@uol.com.br
