Mais de 1 mil moradores protestam contra invasão do MTST em São Bernardo
Política

Mais de 1 mil moradores protestam contra invasão do MTST em São Bernardo

Cerca de 1.000 moradores de condomínios localizados ao longo da Av. Dom Jaime de Barros Câmara, em São Bernardo, ocuparam a Av. Anchieta, na manhã de domingo (10), para protestar contra a invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) a terreno privado no bairro Planalto. A manifestação organizada por moradores, por meio do Movimento Contra a Invasão (MCI), também busca pressionar o Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (Gaorp) do TJ-SP, que se reúne para deliberação sobre o caso, nesta segunda (11).

O processo em torno da ocupação está sendo mediado pelo órgão, responsável por organizar reuniões entre os sem teto, o governo de São Paulo, o governo federal, a prefeitura de São Bernardo e a construtora MZM, proprietária do terreno, para tentar chegar a um acordo sobre a área. O encontro desta segunda-feira está marcado para as 14h, na Capital.

“Esse movimento é para fazer pressão no Gaorp, cuja reunião será amanhã. Eles têm que decidir algo ainda neste ano, porque depois do dia 20 é recesso judiciário. Depois haverá modificação do pessoal do grupo e com isso o MTST vai ganhando tempo. A decisão tem que sair agora. A reintegração de posse está mantida em primeira e segunda instância e não tem porque negociar com essas pessoas, abrindo precedente”, destacou o líder do movimento, Marcelo Mendes Vicente.

Síndico de um dos condomínios da via, o líder criticou ainda o uso de pessoas vulneráveis como ferramenta de manipulação política. “O MTST é um movimento partidário e político, tanto é que seu líder já cogita lançar candidatura para o próximo ano. Não somos contra a luta por habitação, desde que seja feita conforme a lei. Esta forma ilegal incomoda as pessoas que pagam impostos e é um risco à nossa segurança”, completou.

Indignada com a ocupação, a moradora Beatriz Schittino, de 25 anos, afirma que aderiu à manifestação para lutar contra a politização da ocupação. “Estou aqui hoje para lutar por nossos direitos. A gente trabalha muito para pagar um aluguel ou comprar uma casa e sou contra esta invasão. Para mim é um esquema político. Isso não acontecia quando o PT estava no poder. Sou a favor das pessoas tenha moradia, mas acredito que essas pessoas têm outras motivações”, disse.

Morador dos arredores da invasão, o aposentado Gilberto Penetti, de 73 anos, também se diz favorável à luta por moradia, mas que discorda da forma que o movimento vem conduzindo a ocupação. “Todos têm o direito da propriedade, mas este é um direito conquistado e não tomado à força ou dado de presente. Acredito que este é um movimento mais político do que social”, informou.