Martinha: “Será um 1° de Maio em clima de vitória”
Política

Martinha: “Será um 1° de Maio em clima de vitória”

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Firmino (Martinha), em entrevista exclusiva à Folha, revelou que celebrará o 1º de maio, Dia do Trabalho, em clima de vitória, com a “retomada de uma política econômica ativa” e que as ações iniciais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostram “um comprometimento e de que teremos avanços econômicos fundamentais neste terceiro mandato”. Confira.

Folha do ABC- A taxa de desemprego no Brasil, que subiu para 8,6% no último trimestre, segundo dados do IBGE, e a alta taxa de juros continuam prejudicando os trabalhadores brasileiros e são os principais desafios do governo na gestão econômica. Como o sr. avalia esse cenário?

Cícero Firmino (Martinha) Primeiro ponto, é preciso deixar claro que a responsabilidade pela alta taxa de juros é do Banco Central, que vem mantendo 13,75 de maneira injustificável. Neste cenário de irresponsabilidade, o presidente Lula tem se manifestado e criticado, corretamente, a postura do presidente do Banco Central, Campos Neto.

Aliás, hoje, após o embate do governo e do BC, vários setores, inclusive do empresariado, também estão criticando a manutenção dos juros altos que, é claro, impossibilita investimentos. Sem investimentos, a produção cai, o desemprego sobe, a economia paralisa. A atual taxa de juros está levando o Brasil para o grave risco de entrar em recessão econômica.

Mas repito, a responsabilidade dos juros é do Banco Central e alguns ainda, principalmente grande parte da imprensa, tentam atribuir o aumento dos juros às críticas que o Lula fez ao seu presidente. Se o presidente do país não puder criticar as ações do Banco Central, quem pode? Eu, o trabalhador do chão de fábrica? A empregada doméstica? É inacreditável a cobertura que a imprensa tem realizada sobre esse assunto.

Folha- Algumas demandas ainda andam devagar, como a do salário mínimo e da tabela do Imposto de Renda. Qual é a expectativa a essas questões?

Martinha- Discordo quanto ao “ainda andam devagar” em relação ao início de um governo, que caminha agora no seu quarto mês e pegou um país que ficou quatro anos sem aumento real de salário mínimo e ignorou todos os assuntos voltado aos trabalhadores, ao povo brasileiro, a exemplo da própria questão do imposto de renda.

Neste começo de mandato, o governo já deus os primeiros passos. Criou um grupo de trabalho para desenvolver política de valorização do salário mínimo, contando com sindicatos e vários setores da sociedade.

A decisão do presidente em elevar o salário mínimo dos atuais R$ 1.302 para 1.320 a partir de maio garante um ganho acima da inflação de 2,8% em 2023. É claro que queremos mais e vamos lutar e dialogar com o governo para atingirmos esse aumento.

Em relação ao imposto de renda, a isenção subirá dos atuais R$ 1.903 para R$ 2.640, um aumento de 38,66%. Na campanha, Lula prometeu que a faixa de isenção será corrigida progressivamente até chegar aos R$ 5.000

Ou seja, são ações iniciais do governo que mostram um comprometimento e de que teremos avanços econômicos fundamentais neste terceiro mandato do companheiro Lula.

Folha- Este será o primeiro Dia do Trabalho, com a volta do presidente Lula ao governo. Qual é a expectativa e o que está programado?

Martinha- Será um 1° de Maio em clima de vitória, celebrando a retomada de uma política econômica ativa, que dialoga e busca melhorias para todos, de trabalhadores ao empresariado, e coloca na pauta de desenvolvimento a garantia de direitos trabalhistas e sociais.

Vencemos democraticamente um governo que aumentou a fome, a desigualdade e a miséria no Brasil. E isso, não é opinião, são fatos, os dados estão aí, o país, no governo anterior, ficou quatros anos abandonado, principalmente a classe social mais humilde, o povo brasileiro.   O Dia do Trabalho terá uma simbologia especial sobre essa vitória. 

O presidente Lula já confirmou presença para o ato principal no Vale do Anhangabaú. Neste ano o lema será: “Emprego, Renda, Direitos e Democracia”.