Medicina é processo sócio-econômico
Opiniao

Medicina é processo sócio-econômico

Há mais ou menos cinquenta anos, eu elaborei uma tese que enaltecia a importância básica da medicina na estrutura da economia. Tive muitos aplausos e também muita indiferença.

Nessa época, eu sempre me lembrava do feito extraordinário, épico E corajoso dos velhos lusitanos. Mesmo com apenas alguns homens conquistaram o mundo, e eles cada vez que fundavam um armazén com os produtos econômicos da região, simultaneamente lançavam uma Santa Casa de Saúde. Tinham, portanto, aquela noção da minha tese: saúde é base da economia.

Quando uma população goza de saúde, com menos patologias, cresce a produção e diminui as sequelas de cidadãos doentes, que impedem maiores crescimentos. Daí porque quando se fala em medicina, significa também melhor alimentação.

Não esqueçamos que na Europa, os agricultores, a partir da Renascença, passaram a se alimentar melhor, o que resultou, mais tarde, na eclosão da economia entre os séculos XIX e XX.

Daí a razão de insistirmos nos cuidados com a saúde, pois o dinheiro gasto com as doenças pode diminuir em proveito de gastos com a saúde.

Nelson Zanotti é professor emérito da Fundação Santo André, Sítio de Tangarás.