Medo de avião
Opiniao Renato Anghinah

Medo de avião

Nestes últimos dias  acompanhamos uma cidade, um país, um continente e por que não dizer o mundo, sofrendo pelas perdas da equipe da Chapecoense e de jornalistas, no que foi o maior acidente aéreo da história envolvendo uma equipe de futebol.
Vem a tona para muitas pessoas, de modo mais intenso, o medo de voar de avião.
Eu gostaria de assegurar a você que se encaixa neste grupo de pessoas, que você não está sozinho.
Milhões de pessoas sofrem do mesmo quadro, que vai da ansiedade ao medo extremo para voar. Este tipo de reação é uma fobia gerada por diferentes motivos e que se apresenta de várias maneiras, dependendo do indivíduo.
Muitas pessoas assumem que o seu medo de voar (aviofobia)  tem relação ao medo de um acidente, outras ao medo de ficar presas por um certo tempo em um lugar fechado (claustrofobia).  
Das que tem medo do acidente em si, a minoria elabora o medo  de morrer, relatam mais o medo e fantasiam as sensações de terror que viveriam antes do acidente.
Muitas pessoas que assumem ter medo de voar, simplesmente evitam fazê-lo. Algumas poucas ficam confortáveis com isto, outras sofrem  com as consequências de perderem viagens de lazer ou trabalho, que as prejudicam durante a vida.
A maior parte dos indivíduos que assumem ter medo de voar, enfrentam o medo e conseguem, com maior ou menor esforço andar de avião. Geralmente sofrem durante os vôos e utilizam de artifícios para minimizar sua angústia. Conversam com o passageiro ao lado, tomam por conta própria tranquilizantes ou bebida alcoólica, mas geralmente o alivio é parcial.
Observo que o uso de tranquilizantes, quando for necessário, deverá ocorrer sob orientação e indicação medica. O uso de bebida alcoólica nunca devera ocorrer em excesso ou  usado concomitantemente ao tranquilizante prescrito. Não misture medicamentos, muito menos com álcool!
Mas existem outras formas de combater o medo e algumas destas de modo definitivo.
Terapias com psicólogos ou psiquiatras, para ajudar  você enfrentar as suas fobias, são um passo. Também  é bastante eficaz, entender os aspectos técnicos de um vôo. Há  vários cursos com profissionais da aviação que podem ajudá-lo com isto. “A informação ajuda, dizem os especialistas e os passageiros”.
Existem sites gratuitos e outros pagos na web, que podem aumentar o seu conhecimento sobre o assunto. Gosto especialmente de dois deles, que indico: o Soar que é gratuito e dá dicas para um vôo mais tranquilo e o  “AM I GOING DOWN?” (Eu vou cair/ meu vôo vai cair?). Custa cerca de 3 dólares na loja Apple, que diz qual a chance de seu vôo cair. Geralmente a chance gira em torno de 1 para 3 a 4 milhões. Você precisaria pegar aquele vôo diariamente por mais de mil anos, para ter a chance de ter um acidente!
Portanto o medo de avião pode ser atenuado ou até resolvido com algumas medidas, desde as mais simples, como informar-se sobre a companhia aérea, sobre conceitos de aviação em sites ou com especialistas, tentar ter distrações a bordo ou ate antes do embarque e se for preciso, até as mais elaboradas, como buscar a ajuda de um profissional (psicólogo ou psiquiatra). Evite também vôos fretados, as regras para estes vôos são mais flexíveis do que para os vôos de carreira.
Aprender com desastres e tragédias como a que acometeu o avião da Chapecoense, também não deixa de serem uma home-nagem aqueles que se foram, para que outras tragédias com os mesmos erros não ocorram nunca mais.
Gostaria de além de lembrar de todas as vitimas deste terrível acidente, fazer por último uma homenagem especial a comissão medica da Chapecoense re-presentada naquele vôo pelo Dr. Marcio Bestene Koury, pelo fisioterapeuta Rafael Gobbato e pelo Preparador Físico Anderson Paixão, um fraterno abraço em seus familiares!