Nestes 30 anos do Macintosh, minha gratidão a Steve Jobs (Parte I)
Opiniao

Nestes 30 anos do Macintosh, minha gratidão a Steve Jobs (Parte I)

01/02/14

Hoje é um data histórica para a microinformática no mundo. Há exatos 30 anos, em 24 de janeiro de 1984, o mundo conhecia o Macintosh, o revolucionário microcomputador criado por Steve Jobs, fundador e presidente da Apple.
Participei de pelo menos uma dúzia de entrevistas coletivas ruidosas, desde as primeiras em Cupertino até as últimas, no Moscone Center, em São Francisco. Conheci Steve em junho de 1983, quando ele lançou o Lisa, um precursor do Mac, caríssimo, muito maior e destinado ao fracasso. Mas o Lisa já tinha mouse e usava um chip avançado. Mas por US$ 11 mil não tinha chance de vender muito. Como aconteceu.
Lisa. Menos de um ano depois, veio o Macintosh, considerado revolucionário para a informática pessoal, por cinco qualidades ou características essenciais:
1) Facilidade de uso (“users friendly”);
2) Estabilidade;
3) Maior capacidade de processamento;
4) Extraordinária flexibilidade no processamento de imagens; e, finalmente,
5) Abundância de software para multimídia e aplicações educacionais.
Na entrevista coletiva de Steve Jobs, em janeiro de 1984, confesso que, a princípio, não senti muito entusiasmo pelo Mac, pois me parecia ser apenas uma versão miniaturizada do Lisa. Mas logo mudei de atitude, diante da contagiante vibração e das informações de Steve, mostrando que o Mac faria tudo que o Lisa fazia, por menos de um terço de seu preço, graças a três inovações ousadas.
Que inovações eram essas?
1. Uma delas era o sistema operacional mais amigável criado até então, baseado em interface gráfica de usuário (GUI, de “graphic user interface”), com a simplicidade e a clareza dos ícones.
2. Em segundo lugar, graças ao poder de fogo do primeiro microprocessador de 32 bits para computadores pessoais, o chip Motorola 68000.
3. Por fim, a novidade do mouse, ou ratinho, inventado por Douglas Engelbart, recurso incorporado definitivamente como peça essencial do computador pessoal, criada por Douglas Engelbart, cientista do Centro de Pesquisas da Xerox, em Pato Alto, o PARC (Palo Alto Research Center).
Curiosamente, nenhuma dessas três inovações havia sido criada pela Apple. Além do chip da Motorola, o Mac utilizava o mouse e a interface gráfica de usuário, que haviam sido desenvolvidos pela Xerox.
A trajetória dos computadores nascidos a partir do primeiro Macintosh, nos últimos 30 anos, mostra acima de tudo criatividade e ousadia nas inovações, qualidades que superam as de qualquer outra linha de computadores pessoais.
Assim, quando comparamos o primeiro Mac com meu iMac atual, com chip Intel i7, sua memória de acesso aleatório (“Randomic Acess Memory”, ou RAM) deu sucessivos saltos tecnológicos para ampliar sua velocidade de processamento um salto de bilhões de vezes, passando de 256 quilobytes (Kbytes) para 16 gigabytes (Gbytes). Hoje utilizo uma memória de armazenamento de 12 terabytes.
Steve Jobs criou um mundo novo de produtos que incluem, além do Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Os sistemas operacionais passaram a partir de sua nona geração (OS 9), a adotar a arquitetura Unix, ou melhor, Unix-like. A cada ano, temos versõe melhores do iOS X – com nomes de feras como OSX V.10.0 Cheetah, 10.1, Puma; 10.2, Jaguar; 10.3, Panther; 10.4, Tiger; 10.5, Tiger; 10.5, Leopard; 10.6, Snow Leopard; 10.7, Lion; 10.8, Mountain Lion; 10.9, Mavericks (em outubro de 2013).
Presença de Steve
Acho que, hoje, no dia dos 30 anos do Macintosh, Steve Jobs, está ao meu lado em espírito ou pensamento. Ele sorri ao me ver usar este iMac maravilhoso, com tela de alta definição de 27 polegadas. Quero, por isso, agradecer, em meu nome, de meus filhos e meus netos, todo o bem que você nos fez – como também a milhões de outras pessoas no mundo. A rigor, tenho acompanhado seu trabalho desde 1978, quando descobri a informática pessoal, com seu histórico Apple II. Aquela máquina despertou minha paixão pelas tecnologias digitais. E até me dava a sensação de ser um cidadão do futuro, numa época em que pouca gente sabia o que era um computador pessoal.             (Continua)