No lugar do “outro”!
Opiniao

No lugar do “outro”!

Você já tentou colocar-se no lugar de outra pessoa? Não é fácil pois isto requer desprendimento, sinceridade e misericórdia e isto, poucos possuem hoje em dia. Quando tudo está bem para certas pessoas, parece que o resto não existe e cada um que “se vire”! Por-se no lugar dos compatriotas que estão desalojados ou foram literalmente engolidos pelo mar de lama de Mariana, ou das pessoas que perdem seus lares e seus entes queridos em desmoronamentos que poderiam ter sido evitados, você consegue? Gente que perde um familiar precioso nas “balas perdidas”? Dá para imaginar este tipo de dor “no outro”? Estarão os brasileiros pondo-se no lugar, sentindo junto, o horror que passam as pessoas na Síria, só por um exemplo, presas em sua cidades sem comer, sem água, sem remédios, morrendo e vendo as crianças morrendo porque seus governos estão em guerras ininteligíveis? E assim vão se sucedendo as atrocidades que estão acontecendo na Terra e em nosso Brasil.  Parece que a maior parte das pessoas está “por fora”, pelo que observamos, esperando a chegada do rei, ou seja, do Rei Momo, da festa maior do Brasil, que é, infelizmente, o Carnaval! Os gastos imensos com as fantasias, com os blocos, com as centenas de Escolas de samba e as viagens, parecem não existir. E tanta gente, mesmo não podendo gastar,  já organiza suas viagens, usando cartões de créditos que depois serão pagos ou não, pois o dinheiro, em geral, está curto. E uma grande parte dos brasileiros nem está pensando que o país está em estado de calamidade, um caos, com desempregos em massa, com chuvas abundantes que destroem cidades inteiras pelo Brasil afora, com doenças se proliferando causadas pelos mosquitos que estão se multiplicando aos bilhões. Acredito que num país como o nosso, é muito difícil as pessoas se privarem da folia, da euforia que acaba depressa e, no quarto dia, na volta para casa, o panorama é o mesmo: de desesperança, desgoverno, desemprego e violência.  Ah! Se as pessoas pudessem parar um pouco para pensar e se colocar no lugar “dos outros”, seria tudo muito, muito diferente! Abraço fraterno aos caros leitores. Até!