Novas diretrizes para o Ensino Médio
Opiniao

Novas diretrizes para o Ensino Médio

A cultura não se herda, conquista-se.
André Malraux

Existe atualmente uma grande falta de mão de obra qualificada e diante disso o Conselho Nacional de Educação (CNE), objetivando adequar as três séries finais do ensino básico, aprovou novas medidas para o ensino médio a fim de que as escolas públicas e particulares elaborem currículos menos rígidos, permitindo que os alunos dos cursos noturnos tenham mais tempo para concluir seus estudos.
O curso médio conta com 10 milhões de alunos que foram matriculados, e não os prepara nem para o mercado de trabalho, nem para os vestibulares, pois seu currículo é geral, longe do ambiente social em que vivem. Diante disso, o ensino médio é o que mais necessita de mudança porque apresenta graves dificuldades dos alunos, tanto em português e matemática, pois não conseguem fazer uma redação que siga uma lógica, ou fazer operações que exijam maior conhecimento de álgebra.

A partir de agora as escolas poderão organizar o ensino médio através das áreas de tecnologia, trabalho, ciência e cultura e a carga horária poderá ser redistribuida de acordo com as regiões, ou seja, apesar de obrigadas ao ensino de português, matemática, ciências, filosofia e sociologia, as escolas que ficam localizadas em zonas industriais, poderão dar prioridade à tecnologia e trabalho, aumentando o peso de matérias como física e química no currículo. Se as escolas estiverem situadas em regiões de turismo, poderão até optar pela área de cultura em matérias como história e geografia.Também estão autorizadas a manter o currículo atual que combine as quatro áreas: trabalho, tecnologia, ciência e cultura, sem enfatizar uma delas, afinal o ensino médio é o que mais carece de qualidade porque os alunos têm graves dificuldades em português e matemática.

Embora sejam obrigados a ensinar português, matemática, ciências, filosofia e sociologia, as escolas localizadas em cidades industriais, poderão escolher a tecnologia e trabalho, aumentando o peso de disciplinas como física e química no currículo e as escolas situadas em regiões turísticas poderão optar pela área de cultura, dando mais espaço a matérias tais como história e geografia.
Também foi autorizado que as escolas mantenham o currículo atual, combinando as quatro áreas, porém sem dar ênfase a qualquer uma delas. Isso porque, no caso dos alunos de cursos noturnos, nos quais estudam 40% dos alunos do ensino médio, foi permitido que até 20% das aulas sejam dadas com base no ensino a distância, bem como a carga horária mínima do ciclo seja em mais de três anos, autorizado porque a maioria dos alunos dos cursos ministrados à noite trabalham, e chegam atrasados e cansados às aulas e isso prejudica o aprendizado.
O Conselho Nacional pretende diminuir o número de aulas diárias, bem como aumentar o prazo de duração para mais de três anos.
Os especialistas em educação não ficaram satisfeitos com as mudanças, entretanto o tempo se incumbirá de acertar os problemas que surgirão . Essa flexibilização do currículo do ensino médio está prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que entrou em vigor em dezembro de 1996.

Israel Zekcer, vereador de Santo André, médico pediatra e alergista, deputado estadual de São Paulo por três gestões, Secretário de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo.