De acordo com um estudo realizado pelo Observatório da Judicialização da Saúde Suplementar do Departamento de Medicina Preventiva da USP, de janeiro a junho de 2017, foi registrado no estado de São Paulo o maior volume de casos judiciais contra operadoras de planos de saúde da história, com ao todo 17.114 ocorrências. Além disso, o levantamento também mostra que a quantidade de processos contra as administradoras do sistema suplementar supera a fração de decisões contra o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem mais beneficiários do que os convênios médicos.
Com tantos processos judiciais que ocorrem no campo da saúde, o cidadão brasileiro que precisa recorrer à justiça para resolver questões relacionadas ao serviço que utiliza (público ou privado) passa então a sofrer duplamente: primeiro com o motivo que o levou a buscar uma intervenção legal para solucionar o caso, e depois com a tensão que sofre ao esperar por uma resolução.
No Brasil, em geral, os trâmites das ações colocadas sob juízo são caracterizados por sua morosidade e complexidade, que acabam por adiar até, em muitos anos, o recebimento do parecer pelas partes envolvidas. E nos conflitos ligados ao campo da saúde, principalmente entre convênios médicos e usuários, essa situação pode ficar ainda mais complicada.