Uma grande parcela de nós, brasileiros, não presta atenção à frase lapidar “Ordem e Progresso” que, se adotada, eliminaria ou diminuiria a grave problemática brasileira.
Ordem, em administração pública e privada, significa planejamento, inteligência, capacidade e ética. No caso brasileiro, seria imprescindível cuidar da estrutura, incluindo a super e a infra; constatar os aspectos da conjuntura física e social dos últimos tempos; dar um balanço nos aspectos atuais e a previsão cabível do tempo.
Progresso econômico-social não é simplesmente crescer números de produção agrícola ou industrial, mas sim prever o seu empenho na melhoria das condições do bem-viver.
Causa grande aflição entre os entendidos a expansão descontrolada de insumos de todas as ordens, inclusive um crescimento demográfico que ultrapassa as possíveis condições ambientais. Por exemplo: estamos testemunhando uma multiplicação de prédios residenciais, escritórios de serviços, sem avaliarmos a capacidade de áreas restritas que se adensam constantemente, causando aumento de carros e tubulações de água e esgotos que não dão conta do recado.
Outro fato que nos assusta: a expansão de agricultura e pecuária em zonas não recomendáveis para tanto, como é o caso do desmatamento da Amazônia legal, do cerrado mineiro e goiano e da mata Atlântica. O resultado dessa prática detestável está sendo o desertificação de muitas áreas, sem nenhum lucro e com muito prejuízo. Outro exemplo: com a procura mundial da soja, desmataram-se inúmeros bolsões de terras forradas de plantas, muitas das quais poderiam ser futuros fármacos para tantas doenças. Para terminar: se observarmos algumas recomendações das descritas acima, o Brasil, ordenado, terá progresso.
Nelson Zanotti é professor emérito da Fundação Santo André, Sítio de Tangarás.
